01/07/2022 - 19:18 | última atualização em 02/07/2022 - 11:38

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I Colégio Estadual da OAB Jovem discute futuro da advocacia no estado

Felipe Benjamin


O Plenário Evandro Lins e Silva, na sede da Seccional, foi palco nesta sexta-feira, 1º de julho, do I Colégio Estadual de Presidentes da OAB Jovem, que reuniu representantes das subseções distribuídas pelo Rio de Janeiro. Comandado pela presidente da OAB Jovem estadual, Amanda Magalhães, o evento contou, na mesa de abertura, com as presenças da presidente da Caixa de Assistência da Advocacia do Estado do Rio de Janeiro (Caarj), Marisa Gaudio; do diretor do Departamento de Apoio às Subseções, Alfredo Hilário, e do tesoureiro da OABRJ, Marcello Oliveira, que destacou o papel desta comissão dentro da Ordem. Ao final do encontro, foi realizada a posse solene da Comissão OAB Jovem da Seccional.

"Tenho conversado muito com os presidentes sobre o orgulho que sinto, nas entregas de carteiras, ao ver a qualificação da jovem advocacia", afirmou Marcello. "Muita gente diz que precisamos voltar ao que a OAB era nos anos 1970 e 1980, e eu digo imediatamente que esses tempos não voltarão, que seremos melhores. Nos anos 1970, eram 40 mil advogados. Hoje temos seis vezes esse número. Falando honestamente, naquela época a Ordem abrigava uma elite da advocacia. Hoje, temos uma OAB mais jovem, mais feminina, que fala para um público mais amplo. A OABRJ é mais democrática e nosso papel é muito mais amplo nessa sociedade mais complexa. Só conseguimos dar conta disso pela energia que vocês, jovens advogados e advogadas, que serão os dirigentes da Ordem no futuro, nos transmitem".

A presidente da OAB Jovem iniciou a consulta com as subseções reafirmando seu compromisso de valorizar a jovem advocacia do interior do estado.

"Tenham em mente que os projetos de formação de advogados têm que ser levados a todas as subseções", afirmou Amanda. "A capital não é melhor que as subseções. Então a missão da OAB Jovem é desenvolver projetos que qualifiquem profissionais e façam com que advogados e advogadas estejam prontos para advogar. Conhecimento jurídico não tem nada a ver com idade ou com o município de que viemos. Somos todos advogados, prestamos exame, tivemos êxito e fizemos o juramento no qual nos comprometemos a ser porta-vozes da sociedade. A jovem advocacia muito em breve será maioria. Nós vamos ocupar todos os espaços e seremos reconhecidos como autoridade que somos".  


Em sua maioria, os presidentes falaram sobre os projetos desenvolvidos pelas comissões da OAB Jovem nas subseções, como a realização de palestras, os trabalhos no acolhimento aos jovens advogados, as aproximações e os convênios com as universidades, e as articulações regionais, principalmente a que já acontece entre as subseções da Baixada Fluminense. Entre os destaques, estiveram a iniciativa da OAB/Macaé, que arrecadou fundos com a realização de uma festa junina, e as simulações de audiências realizadas pela OAB/Santa Cruz, projetos que devem ser replicados por outras subseções no futuro.

"Fizemos parcerias com universidades como Unicbe, Cândido Mendes e Estácio de Sá, o que reduziu a dificuldade que tínhamos no momento de atrair a jovem advocacia para os eventos da comissão", afirmou o presidente da OAB Jovem/Santa Cruz, Flafson Barbosa. "Fizemos a simulação de três audiências: uma de mediação, uma criminal e uma civil e o sucesso foi enorme. Tivemos o auditório completo, com alunos em pé, e o evento foi discutido posteriormente na reunião de gestores da Estácio. Também fizemos um convênio com o Fórum de Santa Cruz, que nos passa o cronograma e permite que os jovens advogados assistam às audiências".  


Entre os principais temas apresentados pelas subseções no encontro estiveram as dificuldades na cobrança de honorários segundo a tabela da OABRJ, a falta de conhecimento das estruturas da Ordem entre a advocacia em início de carreira, as carências na qualificação entre os advogados recém- aprovados e a dificuldade em motivar os novos profissionais a se engajarem nas atividades da OAB Jovem.

Completaram a mesa do evento os vice-presidentes da OAB Jovem Luiz Felipe Tostes, Ane Medeiros e Bruno Gouvea, além do secretário-geral e a secretária-adjunta da comissão, Lucas Rebello e Isabella de Souza. O assessor da tesouraria, Rodrigo Braga, completou a mesa da cerimônia.

Ao fim do Colégio, Amanda falou sobre os desafios para reverter uma imagem equivocada que, por muitas vezes, afasta a jovem advocacia das atividades da Ordem.

"Esse foi o primeiro colégio estadual desde a pandemia e essa interação olho no olho é necessária", afirmou. "As impressões são as melhores possíveis, conseguimos escutar as subseções. A necessidade de iniciar o advogado no mercado de trabalho foi bastante mencionada, o que mostra que apesar das diferenças nas realidades, as dores apresentadas são bastante semelhantes. Há uma falta de incentivo para que os recém aprovados no Exame da Ordem sigam na advocacia e pertençam à instituição, e esses são temas para os quais teremos que desenvolver soluções. O advogado está muito calejado e ainda enxerga a Ordem como uma instituição que cobra e não oferece. Temos que  insistir em mostrar que as dificuldades podem ser superadas. Com a implementação dos projetos e o boca a boca, os advogados e as advogadas perceberão que a OABRJ se trata de algo que vale muito a pena".

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