19/08/2015 - 12:54

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Mães de Acari lembram 25 anos de luta

19/08/2015 - 12:54

Mães de Acari lembram 25 anos de luta

A emoção e o sentimento de revolta marcaram o evento que lembrou os 25 anos da Chacina de Acari, como ficou conhecido o sequestro e desaparecimento de 11 jovens moradores da favela de Acari e regiões próximas, na Zona Norte do Rio. Eles estavam em um sítio em Suruí, município de Magé, e foram levados por homens que se identificaram como policiais. Seus corpos nunca foram encontrados e as mães até hoje lutam por justiça. O inquérito foi encerrado por falta de provas em 2010, quando o episódio completou 20 anos. 

Organizado pela Comissão de Igualdade Racial (CIR) da OAB/RJ, o ato aconteceu no dia 27 de julho, e contou com a participação de movimentos contra a violência e da Anistia Internacional. Em depoimentos emocionados, mães e irmãs de vítimas de violência, de Acari e de outras favelas, como Borel e Manguinhos, lembraram casos de parentes vitimados por agentes do Estado sem que ninguém tenha sido responsabilizado.

As mães defenderam o fim da violência policial e falaram da dor de terem sido privadas de se despedirem dos filhos. Aline Leite tinha 7 anos quando a irmã desapareceu. Ela lembrou a luta da mãe, Vera Lúcia, já falecida, por notícias. “Eu, que nunca tinha visto minha mãe chorar, a via chorando na televisão a cada pista que surgia sobre o caso. Não dá para descrever os anos de luta sem os socos que levamos”, relembrou. 

O presidente da CIR, Marcelo Dias, citou casos de assassinatos de jovens nas periferias do Brasil. “A história do nosso país é uma história de extermínio da juventude negra. É uma história de violência. São 30 mil jovens mortos por ano”, afirmou.

“Depois de Amarildo, outras 23 pessoas desapareceram na Rocinha”, acusou o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Seccional, Marcelo Chalréo, que integrou a mesa.
 

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