13/09/2016 - 14:31

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Baixa representatividade de mulheres em sindicatos é apontada em debate

13/09/2016 - 14:31

Baixa representatividade de mulheres em sindicatos é apontada em debate

A desigualdade de oportunidades e tratamento da mulher no mercado de trabalho e nas representações sindicais e o processo de dignificação profissional foram o mote do evento realizado, na sede da OAB/RJ, em uma parceria entre as comissões de Direito Sindical e a OAB Mulher.

 “Nossa ideia foi trazer o depoimento de mulheres que participam da área sindical, entendendo que a discriminação é uma situação quase que generalizada. Há ausência da mulheres no comando, na liderança de entidades sindicais e isso é reflexo do mercado de trabalho”, observou, na abertura do evento, a presidente da Comissão Especial de Direito Sindical, Rita Cortez. 

Presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Adriana da Silva Nalesso afirmou ser ela própria uma das poucas representantes mulheres de entidades sindicais: “E dentro do nosso sindicato mesmo, que é grande, temos só 27% da nossa diretoria composta por mulheres. É um desafio de representatividade até para mim”, afirmou.

De acordo com Nalesso, houve naturalização da falta de envolvimento das mulheres nos debates políticos das categorias por elas culturalmente serem mais sobrecarregadas com o trabalho fora e as tarefas de cuidar da casa. “É difícil atrair mulheres para nossos encontros porque, em sua maioria, também são elas as responsáveis por seus lares. Para o mundo ser mais justo e igualitário é importante que os homens que nasceram de mulheres tenham a percepção de seu papel também dentro de uma família”.

Ela apontou dados da ONU sobre o progresso das mulheres no mundo que demonstram que as diferenças no mercado de trabalho não se resumem à remuneração, mas também incluem a dificuldade de ascensão na carreira e a discriminação. “Sempre tentam relacionar a figura da mulher com a da venda. Geralmente a mulher é a responsável por oferecer o produto para o cliente e isso não é diferente na nossa categoria. Muitas bancárias chegam à gerência. Mas à superintendência, à diretoria, dificilmente. E olha que somos uma categoria organizada nacionalmente”, disse Nalesso.

A professora Glorya Ramos, membro do Sindicato dos Professores e do Departamento de Políticas para as Mulheres da Central Única dos Trabalhadores (CUT), chamou a atenção para o racismo institucional, assim como para outras formas de discriminação. 

O debate teve também participação da presidente da Associação Luso-brasileira de Juristas do Trabalho, Benizete Ramos de Medeiros; da vice-presidente da OAB Mulher, Marisa Gaudio; e da procuradora do Trabalho Lisyane Chaves Motta.
 

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