O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 27/2016, que tramita no Senado Federal, prevê que o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), teto para os servidores públicos, suba de R$ 33.763,00 para R$ 39.293,32 por mês, a partir de janeiro de 2017. O impacto, segundo o próprio STF, ultrapassaria R$ 700 milhões. Em enquete na página do Senado, até as 16h34 de 27 de setembro, 11.576 pessoas haviam votado contra e 1.544 a favor do aumento. A TRIBUNA perguntou a opnião dos aos advogados:

“Tudo o que aumenta gastos na atual conjuntura não procede. A situação do país não pede isso. Todos os que trabalham na Justiça serão aumentados, e o Brasil, que vive uma crise, vai acabar de se afundar.”
André Carvalho, advogado

 

“Não concordo, tendo em vista a situação de crise que o nosso país está enfrentando. Não há condições de um aumento atualmente, mesmo que haja merecimento. Eles já ganham o suficiente. Seria onerar demais os cofres públicos, daqui a pouco o Legislativo vai querer aumento também, e a crise 
está aí.”
Alisangela Santos, advogada

 

“Não concordo com o aumento. Para poder equilibrar as contas públicas, é preciso reduzir gastos, não aumentar. O que puder ser feito para melhorar a situação de crise deve ser feito. Mas não jogar a conta em cima dos pobres, aposentados, como tem acontecido. É preciso distribuir esse peso.”
Maria Ângela, advogada

 

“Um absurdo. Não procede. Ainda mais no momento que o país está vivendo, de crise financeira, eles deveriam ser os primeiros a não puxar esse efeito cascata. Sabemos que, no Brasil, um aumento puxa o outro. Acredito que não apenas os advogados, mas também a população deve estar contra.”
Elizabeth Aguiar, advogada

 

“Acho um absurdo. Aumenta-se o salário deles, mas o restante da população está sendo esmagado, com a quantidade de impostos que pagamos. Isso é Brasil, para eles sempre tem verba, e para o resto da população nunca tem dinheiro. Para nós, sobra apenas o imposto, que às vezes ainda é aumentado para poder compensar e pagar o que eles não fazem.”
Amanda Luiza, advogada

 

 

“Sou totalmente contrária a esse aumento agora. A gente está passando por uma situação tão difícil, de alto desemprego. Falar em aumento para qualquer categoria é inviável, um absurdo. Não é momento para aumento de nada. Mesmo que não houvesse o efeito cascata, não seria justo. Ninguém está tendo aumento, há indústrias quebradas, lojas fechando. É preciso fortalecer a economia primeiro, não era nem para ser ventilado esse aumento.”
Vera Guimarães, advogada

 

“Diante da crise que o país está vivendo, sou totalmente contrária a essa possibilidade. Não tem como ocorrer diante de tanto desemprego, a economia não vai aguentar. Ainda mais um aumento para quem já recebe o que lhe é devido. Com o efeito cascata, a situação complica mais ainda. Enquanto isso, nós, advogados, encontramos dificuldades para conseguir uma gratuidade na Justiça.”
Gilma Vasconcelos, advogada