03/08/2018 - 21:04

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Wadih: reparação a vítimas só será total quando torturadores forem processados

03/08/2018 - 21:04

Wadih: reparação a vítimas só será total quando torturadores forem processados

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“Esta cerimônia é justa, mas a reparação total só vai se dar no dia em que conseguirmos processar os que torturaram, mataram e fizeram desaparecer. Que a eles seja dado o direito do devido processo legal que não deram às pessoas que estão aqui hoje, de sentar-se à frente de um juiz para poderem se defender e, certificada sua culpa, cumprir a condenação como qualquer cidadão”. A afirmação, muito aplaudida, foi feita pelo presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, na solenidade de reparação promovida pelo governo do estado, no dia 4 de junho, no estádio Caio Martins, em Niterói, para pedir perdão a 122 ex-presos políticos vítimas da ditadura militar. Naquele mesmo local, no início do regime de exceção, 1.200 pessoas foram mantidas presas, submetidas a abusos. Cada um dos ex-presos recebeu uma carta e uma indenização no valor de R$ 20 mil. A presidente da República, Dilma Rousseff, uma das integrantes da lista de reparados, receberia o pedido formal de desculpas em Brasília, e comunicou a doação do dinheiro para o grupo Tortura Nunca Mais.
 
Wadih reafirmou o apoio da Ordem à Comissão da Verdade, que investiga fatos e responsabilidades ligados aos crimes da ditadura, mas avisou que cobrará sua missão. “Devemos estar em vigília, pois já ouvimos depoimentos no sentido de que deveriam ser investigados os dois lados e ficamos em alerta. Isso é inaceitável. A comissão veio para apurar a participação de agentes públicos nas mortes, torturas e desaparecimentos de pessoas que estavam sob a custódia do Estado”.

A Comissão Especial de Reparação é integrada por membros indicados pelo governo estadual, pela OAB/RJ – a presidente da Comissão de Direitos Humanos, Margarida Pressburger –, pelo Conselho Regional de Medicina, pelo grupo Tortura Nunca Mais e pela Associação Brasileira de Imprensa.

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