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03/08/2018 - 20:57
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Nós, advogados, temos motivos para comemorar
Uma grande vitória não só para a OAB/RJ e para a advocacia, mas também para a cidadania. Esta é a melhor definição para o fim da revista aos advogados e estagiários na porta do Fórum do Rio.
A medida fora instituída sob o argumento de que era necessária para inibir a prática de crimes no Fórum. Mas juízes, serventuários da Justiça, integrantes do Ministério Público e da Defensoria Pública e, até mesmo, muitos vendedores ambulantes não passavam pelo constrangimento. Por que a suspeição sobre os advogados? Seríamos nós criminosos em potencial?
O elementar bom senso indica que, ou bem todos seriam revistados, ou não se justificava a revista aos advogados, especialmente humilhante para as mulheres.
A medida adotada agora representou, sem dúvida, uma vitória da OAB/RJ e da advocacia, pois a desvalorização dos advogados afeta uma honrada categoria profissional. Mas o que é ainda mais grave: a desvalorização da advocacia enfraquece a defesa de nossas prerrogativas e prejudica a defesa de direitos, limitando, assim, o próprio exercício da cidadania. Por isso, o fim da humilhação dos advogados é de interesse de toda a sociedade.
Dessa forma, pelo seu simbolismo o fim da revista fortalece, na sociedade, o respeito aos advogados e à advocacia. É, por esse motivo, uma vitória da democracia e da cidadania.
A luta dos advogados contra a revista é antiga. Nem sempre mereceu de ex-dirigentes da OAB/RJ a atenção devida.
Na atual gestão, resolver esse problema foi uma prioridade desde o primeiro dia. Em nossos veículos de divulgação e em dezenas de declarações públicas nunca deixamos o tema ficar esquecido. Ingressamos, inclusive, com uma representação contra a revista no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Paralelamente, desenvolvemos um intenso esforço de convencimento dos juízes responsáveis pelo Fórum para a importância de se pôr fim à discriminação.
Esse trabalho foi, agora, coroado de êxito.
No momento em que comemoramos a conquista, é de justiça atestar o corajoso papel do atual presidente do TJ, Luiz Zveiter, que foi sensível às razões apresentadas e aboliu a revista.
Os advogados têm razões de sobra para comemorar esta grande vitória. Que não é só deles. É da sociedade também.
* * *
A coluna Recado do presidente deixou de ser publicada neste espaço por determinação judicial, tomada a pedido de um candidato à presidência da Seccional na eleição de novembro. Cumprimos a decisão, apesar de não concordar com ela, pois a coluna era um espaço institucional e se limitou, sempre, a prestar contas da gestão.
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