07/04/2015 - 18:04

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Suas prerrogativas profissionais estão sendo respeitadas nos fóruns?

07/04/2015 - 18:04

Suas prerrogativas profissionais estão sendo respeitadas nos fóruns?

Em fevereiro, a OAB/RJ lançou a campanha Sem advogada não há justiça/Sem advogado não há justiça, visando a fortalecer, entre a população, o valor da profissão e sua essencialidade para o funcionamento da democracia. O mote para o projeto foram as frequentes queixas de desrespeito às prerrogativas profissionais nos tribunais. Por isso, a TRIBUNA foi à Casa do Advogado Celso Fontenelle para saber como os colegas avaliam o tratamento recebido no Judiciário.

Há uma melhora no respeito às prerrogativas, que vem vindo bem aos poucos, gradativamente. Tenho militado ultimamente mais no TRT e, pelo menos lá, tenho percebido isso. Os juízes estão atendendo melhor os advogados, estamos conseguindo despachar com eles.
Gustavo Garcia , advogado, 35 anos

Uma de nossas prerrogativas que não é respeitada é o sigilo da comunicação com os clientes dentro das unidades prisionais federais. Ainda fazem o monitoramento com filmagem e não sei se o áudio é captado ou não pela direção dos estabelecimentos, mas de qualquer forma o cliente não se sente à vontade para dar as informações de que precisamos, e sem a verdade não podemos trabalhar.
Gabriela Pereira da Silva, advogada, 31 anos
 
 
A questão do respeito às prerrogativas depende do cartório. Existe, ainda, a dificuldade do atendimento de alguns juízes aos advogados. Nessa parte é que encontramos o entrave. São poucos os que atendem. Geralmente a gente passa pela secretária, que faz aquela blindagem e não se consegue chegar ao principal objetivo, que é despachar diretamente com o magistrado.
Flavio Satiro Santos de Oliveira, advogado, 55 anos
 
 
Em alguns lugares vi melhoras na valorização do trabalho do advogado, mas em outros ainda enfrentamos problemas para sermos atendidos pelos juízes, por exemplo. Em determinados juizados não há filas separadas para o advogado e para a parte: é uma só para tudo. Isso atrasa muito nosso trabalho, porque às vezes temos audiência marcada e corremos até o risco de nos atrasarmos por causa do tempo gasto em aguardar.
Vania de Oliveira da Rocha, advogada, 30 anos
 
 
Na realidade, ainda não está sendo respeitada a figura do advogado. Nós temos dificuldades em alguns cartórios e no acesso aos magistrados, e não deveria haver essa hierarquia. Muitas vezes somos atendidos pelos serventuários, que, com todo respeito ao trabalho deles, nem sempre podem resolver o que precisamos.
Fabio Henrique Souza Chagas, advogado, 37 anos
 
 
Em raríssimas exceções há um certo emperramento do nosso trabalho por parte dos tribunais. A maioria tem nos tratado bem, atendido como manda o figurino. E também basta ter um pouco de calma com os serventuários, até porque muitos são novos e estão se acostumando com o trabalho. No caso dos magistrados, quase na totalidade o atendimento é escorreito. É normal que eles façam uma peneira necessária para que possam dar vazão ao grande volume de trabalho.
Henry Boffy, advogado, 55 anos
 
 
Ao longo dos últimos anos melhorou muita coisa em relação ao respeito às prerrogativas. Não quero dizer que tudo está perfeito, existe muito a ser aprimorado. Mas é inegável a mudança de postura em relação à nossa profissão ao longo do tempo, e olha que advogo há 20 anos, já vi muita coisa melhorar. Digo principalmente em relação à entrada e saída dos tribunais e ao respeito por parte dos juízes.
Carlos Augusto Chagas Caldas, advogado, 52 anos
 
 
Nunca as prerrogativas dos advogados foram tão desrespeitadas quanto estão sendo agora. Eu percebo que há um processo para afastar cada vez mais a figura do profissional do contato com o Judiciário, para extirpar a figura do advogado. Prova disso é a criação de leis prescindindo dele, prevendo que o jurisdicionado possa litigar diretamente em juízo.
Elson Luis da Silva, advogado, 44 anos

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