13/03/2017 - 14:19

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Como você avalia o espaço da mulher no mundo jurídico, atualmente?

13/03/2017 - 14:19

Como você avalia o espaço da mulher no mundo jurídico, atualmente?

Em 2016, o Conselho Federal instituiu o Plano Nacional de Valorização da Mulher Advogada, uma série de ações para garantir direitos, participação e proteção das prerrogativas profissionais. Atualmente, segundo o Cadastro Nacional dos Advogados, elas correspondem a 47,8% dos inscritos – no Rio de Janeiro, esse percentual é de 49,3%. O Conselho Federal estima que, no ano de 2020, o número de mulheres advogadas irá superar o de homens. Mas eles ainda são maioria absoluta, por exemplo, em cargos de chefia, principalmente em grandes bancas – nem 20% das advogadas chegam a ser sócias nos dez maiores escritórios do país. No mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, a TRIBUNA foi perguntar a opinião das advogadas.

“Hoje melhorou muito, acho que está quase havendo igualdade entre advogado e advogada. Antigamente havia muitas restrições, algumas pessoas valorizavam mais o advogado do que a advogada. O tempo passou, as coisas melhoraram, e temos inclusive muitas profissionais que atuam melhor do que os homens.”
Maria do Socorro Barbosa de Oliveira, advogada
 
 
“O espaço da mulher, na minha opinião, não apenas como advogada, sempre foi restrito pela duplicidade de responsabilidades. Apenas recentemente os homens começaram a ajudar mais em casa. O machismo ainda prevalece também no meio jurídico. Sem falar na maternidade, que reduz o tempo laborativo da mulher no mercado. Na hora de contratar ou avaliar um profissional para uma determinada tarefa, tudo isso é levado em consideração.”
Rosangela Evangelista Nascimento Gonçalves, advogada
 
 
“Ainda estamos lutando por reconhecimento. A advocacia é uma profissão masculina, e de homens brancos, historicamente. Ainda buscamos essa equidade, essa igualdade entre os gêneros. As mulheres ganham menos, são tachadas de ‘nervosinhas’. A luta ainda está longe de terminar. Isso irá acontecer quando tivermos mulheres dirigindo grandes escritórios, quando tivermos uma mulher presidindo a Ordem.” 
Ana Carolina Lima, advogada
 
 
“Fui delegada da OAB/RJ por seis anos, e meu trabalho sempre foi muito respeitado e elogiado, tanto pelos colegas quanto por juízes. Acho que as mulheres advogadas de hoje precisam se atualizar mais, se especializar, para que possam preencher todos os requisitos da profissão.”
Brazilina Luiz da Silva, advogada
 
“Acho que está da mesma maneira para qualquer advogado, independentemente de gênero. Trabalhamos por amor ao Direito, mas está cada vez mais difícil advogar no Rio de Janeiro. É preciso mais amor ao ofício do Direito, que é lindo, e que também tem como função principal defender o cidadão. A sociedade é que será mais prejudicada com a situação ruim da advocacia e do Judiciário.”
Maria de Fátima Costa, advogada
 
 
“As coisas estão melhorando aos poucos, sabemos que é um processo, a sociedade brasileira ainda é muito machista. Estamos conquistando nosso espaço, poderia ser melhor. Uma vez, em um escritório, fui mal atendida, passaram um menino na minha frente. Para quem está começando ainda é mais difícil.”
Terezinha Silva Ferreira, advogada
 
 
“Acho que ainda deve melhorar muito. Já mudou bastante, mas ainda é preciso mudar mais, inclusive na sociedade como um todo, e não apenas no mundo jurídico.”   
Isabela Monteiro, advogada
 

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