A OAB Mulher concedeu a medalha Myrtes Campos à delegada de Polícia Civil Cristiana Bento, por sua atuação na defesa dos direitos humanos. Na cerimônia, dia 24 de novembro, a presidente da comissão, Daniela Gusmão, destacou a homenagem a “uma mulher que não é advogada, mas fez muita diferença no debate sobre os direitos das mulheres”.

A delegada foi decisiva em três casos graves ocorridos este ano: o estupro coletivo de uma adolescente moradora da Praça Seca, uma quadrilha envolvida com prostituição de menores na Barra da Tijuca e, ainda, a prisão do coronel da Polícia Militar que cometeu estupro de vulnerável. “Sinto-me muito feliz em dar a medalha Myrtes Campos para essa grande lutadora dos direitos humanos no Rio de Janeiro. O trabalho conjunto das instituições é muito importante”, disse Daniela na abertura do evento.

A delegada agradeceu a condecoração. “Esta medalha é o reconhecimento de que não luto sozinha. É preciso inquietar-se com a injustiça, e acredito que essa inquietude foi também um dos motores que impulsionaram Myrtes Campos. As mulheres no Século 19 eram mal vistas apenas por estudar. É nessa mulher insatisfeita que me inspiro. A luta é grande, temos muito a caminhar”, concluiu Cristiana Bento. 

Myrtes Campos foi a primeira mulher advogada do país. Nascida em Macaé, lutou por anos para poder exercer a profissão e tornou-se um marco na luta por igualdade de direitos para as advogadas.