16/12/2016 - 14:19

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Combate à corrupção no Brasil e na Itália

16/12/2016 - 14:19

Combate à corrupção no Brasil e na Itália

Muitos juristas comparam as operações Lava-jato (Brasil) e Mãos limpas (Itália) – o próprio juiz Sérgio Moro já fez publicamente essa correlação através de redes sociais. Os aspectos técnicos de ambas foram o tema da palestra Lava-jato x Mãos limpas: paralelo entre Brasil e Itália no combate à corrupção, promovida pela Comissão de Relações Internacionais (CRI) da OAB/RJ no dia 8 de novembro.

O presidente da CRI, Bruno Barata, lembrou que a Lava-jato tem inspirações na operação italiana e reiterou a importância de discussão do tema. “Esse debate sobre o combate à corrupção é fundamental para a OAB/RJ. É uma questão também de educação, mas para resultado a muito longo prazo, décadas. O ponto fundamental são as próximas gerações”, afirmou, na abertura.

O advogado criminalista e conselheiro da OAB/SP Roberto Delmanto Junior considerou que há semelhanças consistentes entre as iniciativas. “A Lava-jato está presente em diversas instâncias do Judiciário e tem uma comunicação com a mídia muito forte. Vai atingir os maiores, como na Itália? Aí é outra história. Por enquanto, está atingindo os menores. Hoje, aposto minhas fichas, se a coisa continuar como está, que nós teremos a cassação da chapa Dilma-Temer, e uma eleição indireta no ano que vem”, declarou.

O jornalista italiano Emiliano Guanella, que entrevistou os principais personagens envolvidos nas investigações em seu país, fez um resumo da operação. “Foram 25.400 intimações, 4.525 pessoas presas, 1.300 condenados, sendo que 43 pessoas cometeram suicídio, seja na cadeia ou mesmo antes de serem investigadas”, relatou.

A operação Mani pulite (Mãos limpas) é considerada uma das maiores iniciativas anticorrupção da Europa. Liderada pelo procurador da República Antonio Di Pietro e pelo juiz Giovanni Falcone (morto em atentado, em 1992), determinou o fim da chamada Primeira República italiana (1948-1994).
 

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