03/10/2023 - 16:59 | última atualização em 03/10/2023 - 17:19

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Violência e violações de direitos da advocacia pautam evento na OABRJ

Felipe Benjamin



Promovido pela Comissão de Enfrentamento à Violência Contra Advogados da OABRJ, o evento "Violência e violação de direitos" levou a discussão sobre casos de violência contra profissionais do Direito ao Plenário Evandro Lins e Silva, na sede da Seccional, na tarde de segunda-feira, dia 2.

"Nós verificamos, principalmente durante o período da pandemia, um aumento considerável nos casos de violência contra mulheres no âmbito doméstico e, principalmente, contra a mulher advogada", afirmou o presidente da comissão, Paulo Castro.

"Nossa comissão tem toda uma preocupação especial com a mulher, advogada, ou não, e por isso trouxemos esse evento à tona. É necessário que falemos de todas essas situações, passando desde a violência obstétrica até qualquer outro tipo, mesmo a simbólica, mas que não pode ser ignorada por nós advogados".



Compuseram a mesa ao lado do presidente da comissão, a presidente da Associação das Mulheres Advogadas da Zona Oeste do Rio de Janeiro (Amazoest) e conselheira do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim/RJ) e da Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres (Codim Rio), Barbara Ewers; a conselheira do Cedim-RJ e presidente da Associação de Mulheres Empreendedoras Acontecendo em Saquarema (Ameas); a coordenador da GT Saúde da OAB Mulher RJ, Pâmela Brito; a conselheira nacional de Saúde e coordenadora da Comissão Intersetorial de Saúde da Mulher (Cismu) do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Helena Piragibe; a conselheira do Cedim-RJ, Fátima Cidade, e a integrante da Comissão de Enfrentamento à Violência Contra Advogados da OABRJ, Edilaine Silveira.

"Nós que trabalhamos com isso, testemunhamos violência o tempo todo", afirmou Ewers. "Há uma necessidade de um olhar e de amparo também para as mulheres na liderança, porque não podemos ser Mulheres-Maravilha a todo instante. Somos seres humanos também, e é importante que haja um trabalho referente a essas questões".

Falando sobre o drama da violência obstétrica, um mal que atinge um enorme percentual de mulheres no país, Pâmela Brito destacou mecanismos que existem para evitar que casos sigam se repetindo.

"É evidente que com os devidos recortes, esses casos se agravam imensamente, mas a diferença entre a violência obstétrica e tantos outros tipos de violência contra a mulher, é que a violência obstétrica pode atingir a todas", afirmou Pâmela.

"Ela é muito silenciada, muito naturalizada e tida como um evento comum que faz parte da gestação. Temos que mostrar a essas pessoas que o parto é delas. O parto passou a ser uma atividade industrial, trazendo riscos não somente às gestantes, mas também aos seus bebês. O Brasil é signatário de tratados internacionais criados para combater a violência contra a mulher, inclusive no âmbito da saúde, e portanto precisa fazer com que suas instituições cumpram e respeitem os protocolos estabelecidos".

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