21/03/2018 - 14:57 | última atualização em 21/03/2018 - 16:02

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Violência contra mulher pauta reunião de Conselho Comunitário

redação da Tribuna do Advogado

        Foto: Lula Aparício  |   Clique para ampliar
 
 
Clara Passi 
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A OAB/RJ abrigou, na manhã desta quarta-feira, 21, a reunião do Conselho Comunitário de Segurança do Centro Histórico e da Lapa. O encontro, conduzido pela Presidente da 5ª BPM/PMERJ, Maria João Bastos Gaio, teve o atendimento à vítima de violência de gênero como ponto central. A Seccional esteve representada pelo vice-presidente da Comissão de Segurança Pública, Renato Teixeira.  
 
O assassinato da vereadora Marielle Franco, defensora dos direitos humanos, perpassou grande parte das falas dos palestrantes. A major da PM Orlinda Cláudia Rosa de Moraes queixou-se de como o debate sobre os direitos humanos tem sido contaminado pela polarização.  
 
“Mataram meu irmão, um policial militar. Um PM tem cem vezes mais chance de sofrer latrocínio (roubo seguido de morte). Também sou PM e, sim, destinatária dos direitos humanos. Não é uma questão de ‘nós e eles’".  
 
Para Moraes, a acolhida da OAB/RJ aos representantes da segurança pública mostra a força da sociedade civil.   
  
O tenente coronel Caetano, também do 5ºBPM, chamou a atenção para o grande número de estupros registrados na região de atuação do batalhão (foram 13, sendo quatro de vulnerável), desde o início deste ano.  
 
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A delegada Gabriela Von Beauvais da Silva, que acaba de assumir o posto de diretora das Delegacias de Atendimento à Mulher do Rio de Janeiro (DEAMs), argumentou, no entanto, que este tipo de crime não deve ser analisado apenas sob a perspectiva das manchas criminais, já que perpassa todos os extratos da sociedade, é cometido geralmente por alguém conhecido e é subnotificado. Ela conta que seu desafio será treinar as equipes para as especificidades das vítimas transexuais e negras. 
 
Assistente social, Marília Corrêa discursou sobre o Projeto Violeta, idealizado pela juíza Adriana Mello, em conjunto com outras autoridades envolvidas na defesa da mulher em situação de violência (Polícia Civil, Defensoria Pública e Ministério Público), e implementado no I Juizado de Violência Doméstica.  
 
O protocolo encurta o prazo para que um pedido de proteção à vítima de violência doméstica chegue à Justiça. “Antes, a mulher que dava queixa na delegacia precisava esperar quatro dias, agora isso acontece em quatro horas. Evita-se, assim, que um ataque mais grave ocorra”, considera ela.  
 
E já que este é o mês da mulher e a data coincide com o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, o vereador Jones Moura (PSD) entregou uma moção honrosa à economista e dona do Dida Bar e Restaurante, na Praça da Bandeira, Dilma Nascimento. Para ele, Dida (como ela é conhecida), com sua trajetória de ascensão social através da educação, reflete a mulher brasileira.  
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