28/04/2010 - 16:06

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Vannuchi defende debate transpartidário para Comissão da Verdade

Vannuchi defende debate 'transpartidário e transeleitoral' para Comissão da Verdade
 

Da redação da Tribuna do Advogado

28/04/2010 - A Comissão da Verdade, uma das propostas do III Plano Nacional de Direitos Humanos, foi o tema central  do debate com o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria especial de Direitos Humanos, na terça-feira, 27, no Teatro Casa Grande. Vannuchi defendeu que a discussão para a formação da primeira comissão oficial destinada a apurar crimes de tortura ocorridos durante a ditadura no país se dê em caráter "transpartidário, transeleitoral", capaz de, ao mesmo tempo, agregar apoios e demarcar posição pelo direito ao conhecimento de fatos da história brasileira. Para o ministro, o momento é de disseminar a ideia no país, incluindo-a também na agenda das próximas eleições e levando-a às universidades e às escolas.
 
O país já teve outras oportunidades, desde a restauração da democracia, de buscar o reencontro com sua história, lembrou Vannuchi, mas fazê-lo hoje "tem suas vantagens, exatamente pelo distanciamento histórico, ético e político dos fatos, que poderão ser melhor processados". O ministro, que reiterou a ausência de qualquer sentimento de revanchismo, destacou o "papel nacional de vanguarda que a OAB do Rio de Janeiro vem assumindo" ao empreender a Campanha pela Memória e pela Verdade, em prol da abertura dos arquivos da ditadura.
 
O presidente da Seccional, Wadih Damous, manifestou apoio à proposta de criação da Comissão da Verdade e enfatizou a oportunidade da campanha da OAB/RJ pela abertura dos arquivos. "Precisamos virar com dignidade essa página infeliz da nossa história, países irmãos da América Latina já o fizeram. Na semana passada, o último general a presidir a Argentina durante a ditadura militar foi condenado à prisão e nada aconteceu na vida institucional do país. Queremos que nossa campanha ganhe dimensão nacional, e é preciso que a sociedade se engaje. Vamos até a vitória para enfim sabermos o que aconteceu, como aconteceu e quem foi responsável pelos crimes cometidos. A OAB só sairá desta luta quando a luta acabar", afirmou Wadih.
 
 Realizado pelo Instituto Casa Grande e pela Associação Scholem Aleichem (ASA), com o apoio da OAB/RJ, do Sindicato dos Advogados do Rio de Janeiro e da Associação Brasileira de Imprensa, o debate reuniu cerca de 100 pessoas, a maioria de familiares de ex-presos e desaparecidos políticos. Foram exibidos os filmetes gravados por artistas para a Campanha pela Memória e pela Verdade e recolhidas assinaturas pedindo a abertura dos arquivos da ditadura.

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