23/06/2017 - 10:35 | última atualização em 26/06/2017 - 12:19

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Uerj: Em coluna, OAB/RJ cobra pagamento de salários dos servidores

jornal Extra e redação da Tribuna do Advogado

A atuação da OAB/RJ no sentido de garantir o pagamento do salário dos servidores da Uerj foi destacada nesta sexta-feira, dia 23, na coluna "Servidores", do jornal Extra.
 
"O procurador da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ), Fábio Nogueira, afirmou que a Ordem pediu à 10º Vara Federal no Rio que determine o cumprimento da liminar que obriga o Estado a pagar os servidores da Uerj na mesma data que os da Educação. Segundo Nogueira, o governo do Rio está descumprindo ação judicial: 'Não houve qualquer decisão contrária ao pagamento dos servidores da Uerj. Se a Educação recebeu, a Uerj, por liminar, tem que receber'", lembrou a coluna. 

Leia a coluna na íntegra abaixo:

Uma saída distante para a crise, e próxima para Pezão
 
Governador reúne servidores e não dá prazo para alívio fiscal, mas diz que sua permanência é incerta
Ontem, em reunião com líderes do Movimento Unificado dos Servidores Públicos (Muspe), o governador Luiz Fernando Pezão disse aos presentes que a "única" opção para o Estado sair da crise é a assinatura do Termo de Recuperação Fiscal junto à União. Pezão disse, porém, que 1% do acordo está indefinido, e esse "detalhe" deixa o futuro do Rio ainda mais ameaçado. Pelos cálculos de quem participa das negociações com a União, caso o Tesouro Nacional não aceite as ações feitas pelo governo estadual até aqui, o Rio só terá chance de colocar suas contas em dia a partir de outubro.
 
O cálculo de quem defende essa projeção é o seguinte: a União faz questão de que o Rio aprove, na Assembléia Legislativa (Aleij), a lei que estabelece o Teto de Gastos dos Poderes. Pezão tenta negociar uma votação do texto, mas deve esbarrar na oposição de nomes da própria base do governo. Para piorar, a Alerj entrará em recesso em julho.
 
- Não há condições de a Alerj discutir qualquer projeto sobre o Teto. Já fizemos tudo o que nos foi pedido, e isso não entrará em pauta - disse um deputado da base do governo.
 
Ao retornar aos trabalhos, em agosto, a Alerj pode até discutir o Teto e aprová-lo- o que é pouco provável. A entrada de recursos,porém, só aconteceria em até 60 dias. No caso, em outubro.
Diante da indefinição, Pezão não deu previsão para pagar os salários atrasados - o Estado deve parte de abril e maio, além do 13º salário de 2016.
 
Para piorar, o próprio Pezão deixou em aberto sua continuidade como governador. Os servidores relataram que Pezão, ao falar sobre o acordo com a União, afirmou que "o acordo é para o Estado, e não para ele, pois ele não sabe por quanto tempo estará lá (no Palácio Guanabara)". Pezão ainda completou dizendo que "se continuar até o fim do mandato, vai ter um ano e meio sem arrestos ou bloqueios".
 
Picciani ataca governador: despreparado e incompetente
 
Em mensagem enviada, ontem, ao líder do governo, o deputado Edson Albertassi (PMDB), o presidente da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani, foi duro ao tratar das ações adotadas pelo governador Luiz Fernando Pezão para que o Estado saia da crise. Em longo texto, Picciani chamou Pezão de "despreparado" diante do "descontrole sem precedentes que tomou o Estado do Rio" e finalizou com as duas únicas saídas, segundo ele, que estão no horizonte do Estado: intervenção federal ou votar o impeachment do presente governo.
 
- Se nada do que fizemos for suficiente para ter respeito pelo Rio de Janeiro, só vai restar ao governo Temer ter a coragem de fazer a intervenção, porque o Rio não pode ficar nesse descontrole na área da segurança e da saúde, ou nós vamos fazer o impedimento - disse Picciani, em entrevista à Rádio CBN, chamando ainda o governador de incompetente.
 
Picciani citou também que a Assembléia está "se esforçando" para não ter que debater a saída do atual governo. O presidente ainda questionou a articulação feita pelo governo, pelo Tribunal de Justiça, pelo Ministério Público e pela própria Alerj (sem a presença dele) para a formulação de um novo texto para tratar do Teto de Gastos dos Poderes. Essa proposta, por sinal, não conta com o apoio de Picciani.
 
'Hoje apanho de todo mundo', disse Pezão a servidores
 
Durante o encontro com os servidores, ontem, no Palácio Guanabara, o governador Luiz Fernando Pezão falou sobre as críticas feitas pelo presidente da Aleij, Jorge Picciani. Segundo os servidores presentes, Pezão falou que "hoje apanha de todo mundo", que apanhou do presidente da Alerj por ter dado os aumentos a diversas categorias, mas que, em 2014, ninguém foi a seu encontro falar que não era para dar os aumentos; que, "na época, todos os projetos foram aprovados por 70 a 0, com votos do PSOL a Bolsonaro". Os servidores confidenciaram que Pezão não criticou ou questionou a posição do presidente da Alerj. Segundo eles, o governador disse "ter seu jeito de fazer e conduzir as coisas".
 
Servidora faz festa ao pagar aluguel de abril em atraso
 
Servidora ativa da Saúde, Mariah Cassanova, de 61 anos, contou o que fez com os três depósitos do salário de abril, feitos nesta última semana. Segundo Mariah, a emoção ao receber o salário foi tanta, que ela acabou esquecendo o cartão do banco no caixa eletrônico.
 
- Quando vi que tinha dinheiro na conta, eu me assustei. Fiquei tão animada que acabei esquecendo o cartão no banco. Pedi para que guardassem para mim. Com o dinheiro que recebi, mais a ajuda de amigos e companheiros, consegui pagar o aluguel de abril, que estava atrasado - disse.
 
Com as três parcelas recebidas, que totalizaram R$ 1.450, Mariah já recebeu por inteiro seu salário de abril. Ela ainda aguarda o pagamento do vencimento de maio e do salário de 2016.
 
Para complementar a renda, Mariah tem vendido balas e amendoim nos encontros entre servidores e a amigos:
- É com o dinheiro das minhas vendas que consigo comprar o meu leite e o meu pão durante a semana.
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