A transformação em centros de memória dos locais utilizados para tortura durante a ditadura militar foi defendida pelo presidente da Seccional, Wadih Damous, e pelo jornalista Álvaro Caldas durante o programa Direito em Debate que foi ao ar nesta terça-feira, dia 8. A proposta é da OAB/RJ e tem como objetivo mostrar às novas gerações a luta e violência pelas quais o país passou durante o processo de conquista da democracia. "Assim estaremos permanentemente dando valor à sociedade democrática que estamos construindo", afirmou o presidente da Caixa de Assistência dos Advogados (Caarj), Felipe Santa Cruz, durante a abertura do programa. Para Wadih, é fundamental que se preserve a história. "A tortura foi política de Estado. Por ela se tentou perpetuar a ditadura e isso não pode cair no esquecimento", declarou. Ele destacou, ainda, a necessidade de os fatos serem esclarecidos. "As ditaduras não se baseiam só na violência física, elas também se valem da mentira. Todas têm a sua máquina publicitária. A democracia tem o dever de contar a história", completou. Álvaro foi perseguido, preso e torturado durante o período e contou algumas experiências. "Levei uma vida dupla. Era casado e minha segunda filha já nasceu na clandestinidade", disse. Ele, que também é professor, levantou alguns motivos que justificam a iniciativa da Seccional. "Muitas vezes sinto que os jovens de hoje estão distantes disso. É preciso que a tortura seja identificada como algo bárbaro", afirmou. "Para as famílias que têm desaparecidos isso é muito mais do que um assunto político, é uma questão de enterrar seus mortos", finalizou. O Direito em Debate é transmitido pela Rede Vida todas as terças-feiras, às 21h e está disponível na TV OAB/RJ. TV OAB/RJ