26/08/2020 - 13:40 | última atualização em 26/08/2020 - 13:40

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STF julga ADI e assegura à advocacia direito de ser recebida por juízes

Pleito era bandeira constante da Comissão de Prerrogativas da OABRJ

Clara Passi

Em julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4330, que teve atuação da OAB como amicus curiae defendendo a categoria, o Supremo Tribunal Federal (STF) assegurou o direito de advogados e advogadas serem recebidos em audiência por magistrado, independentemente de hora marcada. Publicada na terça-feira, dia 25, a decisão fez valer o artigo 7º, inciso VIII, do Estatuto da Advocacia, Lei 8.906, de 1994, e foi comemorada por conselheiros federais como uma importante vitória para a classe.   

O ministro Gilmar Mendes citou a norma do CNJ que obriga o magistrado a sempre “receber advogado em seu gabinete de trabalho, a qualquer momento durante o expediente forense, independentemente da urgência do assunto, e independentemente de estar em meio à elaboração de qualquer despacho, decisão ou sentença, ou mesmo em meio a uma reunião de trabalho. Essa obrigação se constitui em um dever funcional previsto na LOMAN e a sua não observância poderá implicar em responsabilização administrativa”.

A Seccional sempre militou pelo cumprimento dessa prerrogativa prevista no Estatuto da Advocacia. Nos ofícios que enviou aos tribunais (TJ, TRT1 e TRF2) quando os atos processuais foram virtualizados para minorar os impactos da pandemia de Covid-19, a OABRJ incluiu o pedido da possibilidade de contato direto com o magistrado, ainda que por videoconferência.

“Essa decisão do Supremo só confirma uma das mais importantes prerrogativas da advocacia, que é a de acessar o magistrado e defender seu cliente”, afirma o presidente da Comissão de Prerrogativas da OABRJ, Marcello Oliveira.

“Este é um aspecto fundamental do contraditório e da ampla defesa no nosso sistema processual. O magistrado que não recebe o advogado não compreende o devido processo legal, não trabalha no Estado democrático de Direito. Essa é uma bandeira fundamental, pela qual a gente vinha lutando todos os dias na Seccional”.

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