Como o sistema penitenciário pode ser diferente Do jornal O Dia 24/01/2009 - Esta semana, o Centro de Integração Social e Cultural (Cisc) - instituição gestora da Incubadora de Empreendimentos para Egressos (IEE)-participará de mais um Projeto Mutirão Integrado no Sistema Carcerário do Conselho Nacional de Justiça, desta vez no Presídio Vicente Piragibe, em Bangu. Iniciativa do governo federal, por meio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a proposta, lançada em agosto, tem o objetivo de desafogar os presídios brasileiros com concessão de benefícios, como liberdade condicional. Tal processo, segundo o coordenador do Núcleo do Sistema Penitenciário da Defensoria Pública, Leonardo Guida, pode levar até três meses. A lentidão é prejudicial para todos - atrasa a ressocialização do ex-interno e gera custos para o Estado. Após a formalização dos benefícios, realizada na própria unidade prisional, os presos são cadastrados pela equipe do Cisc com o fim de serem capacitados para o mercado de trabalho. Em outubro, a instituição realizou - com a tecnologia de gestão de negócios da incubadora e o apoio de Petrobras e Fundação Getúlio Vargas (FGV) - a Oficina de Capacitação para o Mercado de Trabalho para internos liberados no mutirão do Plácido de Sá. Um dos beneficiados já foi encaminhado ao mercado de trabalho. Em alguns pontos do País, a volta ao crime chega a 80% dos casos. Em nível nacional, 65% dos ex-detentos reincidem nos primeiros seis anos de liberdade. Uma das razões fortes é a falta de oportunidade e orientação. Após conquistar patrocínio da Petrobras em 2005, uma oficina de reciclagem de papel transformou-se na Incubadora de Empreendimentos para Egressos - pioneira na América Latina. A mão-de-obra é de pregressos e egressos, todos empreendedores.