20/09/2016 - 17:49 | última atualização em 20/09/2016 - 18:20

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Setembro amarelo: OAB/RJ apóia campanha de prevenção ao suicídio

redação da Tribuna do Advogado

Foto: Bruno Marins   |   Clique para ampliar
Desde a noite desta segunda-feira, dia 19, e até o fim de setembro, a fachada do prédio da OAB/RJ está iluminada de amarelo em apoio à campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio chamada Setembro amarelo, uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
 
Realizado no Brasil desde 2014 e estimulado mundialmente pela Associação Internacional para Prevenção do Suicídio (IAPS), que vincula ao dia 10 de setembro o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, o Setembro amarelo visa a alertar sobre o tema através da realização de eventos informativos, reforçados pela iluminação de monumentos e, este ano, também pela divulgação de informações nas redes sociais e sites.
 
Fortalecendo a programação, a Comissão de Políticas sobre Drogas realizará no próximo dia 21, às 18h30, na sede da Seccional, a palestra Suicídio, depressão e drogas, que trará um debate sobre a ligação desses dois fatores com as mortes. Presidente da comissão e responsável pelo diálogo entre a OAB/RJ e o CVV, Wanderley Rebello explica que é necessário esclarecer que o suicídio é questão de saúde pública, apesar de tão pouco abordado.
 
Pelos números oficiais da campanha, 32 brasileiros mortos por dia por suicídio, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS),nove em cada dez casos poderiam ser prevenidos.
 
Entre os números divulgados pela OMS, é alarmante também a parcela de jovens mortos desta forma. De acordo com os dados, o suicídio cresce entre os jovens em todo o mundo todo, sendo a segunda maior causa de mortes em pessoas entre 15 e 29 anos, atrás apenas dos acidentes de trânsito.
 
Em vídeo explicativo para o Setembro amarelo, o psiquiatra e doutor em Saúde Mental pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Neury Botega explica que o trabalho realizado pelas entidades visa a quebrar o estigma e o conceito existentes no senso comum de que um potencial suicida por vezes só quer “chamar a atenção”.
 
“Nós sabemos que muitas situações de crise, de colapso existencial são passageiras, e se a pessoa conseguir apoio, se dermos um tempo para que as coisas se resolvam , se esclareçam na cabeça da pessoa , ela não se mata”, observa o psiquiatra.
 
Ele conta que a conscientização sobre as doenças mentais também é importante para o processo de prevenção das mortes: “Muitos casos de suicídio estão ligados a alguma doença mental. Se nós detectarmos, acompanharmos uma pessoa com doença mental e oferecermos a ela o tratamento adequado nós vamos conseguir diminuir o número dessa tragédia silenciosa e silenciada chamada suicídio”.
 
Outras questões, que por vezes dialogam com outros tabus e preconceitos da sociedade, também são analisadas por entidades especializadas no tema no mundo todo como sendo cruciais para o alto número de suicídios. Além do vício em drogas, que já é tratado pela saúde pública e que será abordado no evento da OAB/RJ, há fatores como bullying e hostilidade a grupos específicos.
 
Um estudo do Hospital da Criança em Cincinnati (EUA), por exemplo, mostra que 30% dos jovens transgêneros relatam ter tentado o suicídio pelo menos uma vez na vida e 42% têm história de automutilação. O trabalho cita ainda que o risco é maior nos jovens transgêneros de 12 a 22 anos que têm alto nível de insatisfação com o peso. Os números são um exemplo de como fatores que afetam a autoestima e aumentam a vulnerabilidade a questões emocionais influenciam no problema.
 
O CVV frisa durante toda a campanha que os problemas pessoais que levam as pessoas a porem fim à própria vida podem ser muito complexos, por isso é importante que amigos, familiares e colegas procurem o diálogo e saibam identificar os sinais dessa intenção, mas sempre orientando a pessoa a entrar em contato com o próprio Centro de Valorização da Vida, que tem uma central de apoio, ou a algum profissional habilitado para lidar com a situação.
 
A central de apoio emocional e prevenção do suicídio do CVV atende voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email, chat e Skype, a qualquer hora do dia. O contato podem ser feitos através do site do CVV ou pelo Disque 141
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