Realizado pela Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim), na tarde de sexta-feira, dia 8, o evento "Reflexões sobre o Dia Internacional da Mulher na perspectiva de advogadas criminalistas" levou ao Plenário Evandro Lins e Silva, na sede da Seccional, um amplo debate sobre o cenário enfrentado pelas mulheres na sociedade e questões atinentes às prerrogativas da mulher advogada, os desafios da advocacia em casos de violência doméstica e familiar, as atuações de advogadas nos crimes de violência sexual contra a mulher e o assédio sexual no ambiente de trabalho. Assista aqui à transmissão do evento. "Por muito tempo, as mulheres ficaram restritas aos espaços domésticos, e, com muita luta, ao longo dos anos, fomos conseguindo um lugar nos espaços públicos", afirmou a presidente da Abracrim Mulher RJ, Paula Lima. "Mas essa luta é árdua e diária. Apenas 20% das mulheres conhecem a Lei Maria da Penha a fundo. Por isso, é importante que continuemos agindo, trabalhando e estudando, porque é dessa maneira que conseguiremos conscientizar as mulheres e mudar o mundo". Ao lado de Paula, compuseram a mesa do evento o presidente da Abracrim RJ, Francisco Cordeiro; a presidente da Caixa de Assistência da Advocacia do Rio de Janeiro (Caarj), Marisa Gaudio; a presidente da Comissão de Violência Doméstica da OAB/Niterói, Daniele Velasco; a vice-presidente da Abracrim Mulher RJ, Amanda Raposo; a advogada criminalista Letícia Delmindo; a presidente da Comissão da Jovem Advocacia da Abracrim RJ, Lorraine da Gama; o presidente da Comissão de Política Criminal e Penitenciária da OABRJ, Rodrigo Assef, e a presidente da Comissão Nacional de Justiça Penal Negocial, Wanessa Ribeiro. "Sou a primeira mulher a presidir a Caixa em 80 anos", afirmou Marisa. "Isso é um sinal de uma série de desconstruções que precisaram ser feitas na casa. A OABRJ é um recorte da sociedade e é óbvio que nós, advogadas, sofremos uma série de violências diariamente, inclusive políticas e institucionais. Temos homens ótimos que são parceiros nessa luta, mas as desconstruções são diárias. Na Caixa, tentamos fazer um pouco dessa reparação histórica. Temos apoio e auxílio para todos os advogados, mas algumas políticas são - e tem que ser - específicas para as mulheres". Falando como um parceiro das lutas femininas, Rodrigo Assef destacou a importância de se mudar hábitos machistas no dia a dia. "Como homens, temos, inicialmente, que nos reconhecermos como machistas, ou não conseguiremos ser parceiros de vocês, mulheres, nesta luta, que vai muito além do 8 de Março", afirmou Assef. "Esse é o primeiro passo da contribuição masculina, e esse exercício é diário. É importante entender que as piadas sobre louras burras, ou sobre mulheres no trânsito, ou a objetificação no WhatsApp precisa acabar, ou tudo continuará da mesma maneira. Por isso, a importância de projetos como o 'Advocacia sem machismo'".