06/01/2017 - 10:50 | última atualização em 06/01/2017 - 10:48

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Secretário de Segurança do Rio diz que ajuda da guarda será bem-vinda

jornal O Globo

Em tempos de crise, a oferta da prefeitura de criar uma parceria com o estado na área de segurança será "muito bem-vinda". A opinião é do secretário de Segurança, Roberto Sá, que se reunirá semana que vem com o titular da pasta municipal de Ordem Pública, coronel Paulo Cesar Amendola, a fim de discutir como as polícias estaduais e a Guarda Municipal poderão atuar em conjunto. Embora Sá já tenha algumas ideias, disse estar disposto a receber sugestões de Amendola.
 
"Quero parabenizar o prefeito (Marcelo Crivella) e o secretário de Ordem Pública pela iniciativa de ajudar a segurança, um problema que envolve toda a sociedade, mas cujo combate, infelizmente, fica relegado apenas ao estado e às polícias. Num momento de dificuldade financeira, quando a população do Rio clama por mais visibilidade por parte da polícia, a presença de agentes públicos identificados, fardados, pode, sim, melhorar a segurança em áreas de grande incidência de pequenos delitos. Essa ajuda será muito bem-vinda", afirmou Sá.
 
Menos 500 PMs nas ruas
 
Entre as ideias do secretário de Segurança, está a possibilidade da criação de um canal de rádio direto das duas polícias (Civil e Militar) com a Guarda Municipal. Caso haja um crime, por exemplo, o guarda pode comunicar de imediato a ocorrência. Sá destacou que, com a crise, as ruas do Rio perderam 500 policiais militares por dia. Eram agentes que atuavam nas folgas, pagos pelo Regime Adicional de Serviço (remuneração de trabalho extra). O secretário acredita que a guarda poderá atuar em áreas de grande aglomeração, principalmente as turísticas (como as praias e o Corcovado) e em tomo de colégios e universidades. Isso seria feito com base nas estatísticas do Instituto de Segurança Pública (ISP) que mostram as regiões com maior incidência de crimes.
 
"A guarda pode nos ajudar no diagnóstico, no planejamento e na execução de ações conjuntas. A gente já tem acesso a muitas câmeras do município, mas, com a parceria, podemos acessar outras. Tudo pode ser aprimorado", disse o secretário, lembrando que já existe um convênio com a prefeitura de Niterói. "O Rio passou da época de vaidades, principalmente na área de segurança. A gente quer trabalhar com todo mundo que queira ajudar".
 
Já Amendola propõe aumentar a presença dos guardas nas ruas (hoje o efetivo é de 7.500 agentes), pagando a quem queira trabalhar em suas folgas. Também está em estudo, segundo o secretário da Seop, usar o trabalho de PMs fora do horário de expediente, voluntariamente, mediante gratificação por meio do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis). Mas isso depende de autorização do prefeito, pois os recursos sairiam do caixa da prefeitura.
 
Mais cedo, durante encontro no Palácio Guanabara, Crivella reforçou sua intenção de fazer a parceria com o governador Luiz Fernando Pezão. O prefeito defendeu a integração das forças de segurança nas três esferas de poder, como forma de combater os altos índices de criminalidade da cidade, desde pequenos delitos até crimes mais graves, como homicídios e roubos de carga.
 
"É preciso que a Guarda Municipal aja no policiamento, na segurança do cidadão. Por isso, conversei com Pezão sobre a nossa intenção de ter a guarda articulada não só com a PM, mas também com a Polícia Civil, a Polícia Rodoviária Federal, a Força Nacional. Unidos, poderemos diminuir a quantidade enorme de furtos, de roubos, de assaltos, homicídios e roubos de carga".
 
O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, disse que pretende ampliar as parcerias com a Secretaria de Segurança:
"A segurança pública é o maior desafio urbano brasileiro, sobretudo na Região Metropolitana do Rio. Apesar da atribuição constitucional ser do governo do estado, está mais do que evidente que apenas as polícias Militar e Civil não serão capazes de prover segurança pública nas cidades do Rio".
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