21/07/2021 - 12:02 | última atualização em 22/07/2021 - 13:12

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Secretário-geral da OABRJ, Álvaro Quintão é o mais novo porta-voz da campanha ‘Vacina é direito’

Clara Passi


Vacinado com a dose única da vacina da Janssen, o secretário-geral da OABRJ e presidente da Comissão de Direitos Humanos, Álvaro Quintão, é mais uma liderança da advocacia que adere à campanha da Seccional (por meio do Observatório Covid-19) e da Caarj, “Vacina é direito”. A ação busca conscientizar a classe sobre a importância de tomar a vacina contra a doença assim que o Plano Nacional de Imunizações permitir. 

Aos 56 anos, o advogado conta ter sentido “uma emoção diferente, um misto estranho de sentimentos” no momento da imunização. A Covid levou uma tia de Álvaro, que era a única irmã viva de sua mãe, e uma prima. 

“Estou há quase um ano e meio cumprindo quarentenas e, de repente, vem uma sensação de liberdade, uma ideia de que, a partir daquele momento, estarei mais apto a enfrentar esta crise”. 

Ele lembra da angústia causada pela enxurrada de dúvidas trazidas pela nova doença. As apreensões por vezes favoreceram estados de profunda tristeza, mas a necessidade de enfrentar os problemas vividos pela advocacia foi a grande mola propulsora. 

“Nos primeiros momentos, havia grande incerteza sobre quais eram os limites do que poderíamos fazer com biossegurança enquanto éramos demandados para uma série de questões na Ordem. Tivemos que nos isolar de pais e parentes  e, ao mesmo tempo, estar a postos para atender às demandas urgentes da classe”.

Álvaro é advogado luso-brasileiro inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil e de Portugal. Formado pela Universidade Cândido Mendes, é especializado em Direito e Processo do Trabalho e mestre e doutorando em Ciências Jurídicas pela Universidade Autônoma de Lisboa. Ele conta que a aceleração do processo de virtualização dos atos judiciais e o atendimento remoto de clientes impuseram desafios, sobretudo em relação às audiências no âmbito do Direito do Trabalho, sua área de atuação. “Foi como trocar a roda com o carro em movimento”, compara. 

Para o advogado, a gestão da pandemia pelo poder público foi “uma verdadeira catástrofe”, pois o então prefeito Marcelo Crivella reproduziu o discurso negacionista do presidente da República, o que contribuiu para que o Estado do Rio atingisse um dos maiores índices de letalidade pela Covid-19 do país. 

“O primeiro desafio da Ordem foi permitir que os colegas pudessem continuar a atuar profissionalmente. A gestão conseguiu que o governo classificasse a atividade como essencial para permitir a locomoção, equipou as salas para trabalho virtual e atendeu os colegas que precisaram de assistência social. A entidade desempenhou um trabalho excelente para garantir a sobrevivência da classe. Só na Justiça do Trabalho, viabilizou o levantamento mais de 180 mil alvarás por meio dos convênios firmados com a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil”. 

Ele vê com otimismo o panorama que se apresenta para os próximos meses. 

“Os colegas serão chamados a resolver uma série de questões que a pandemia trouxe e já estão preparados para isso. A advocacia tem muito a contribuir para a construção do retorno à normalidade”.

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