01/06/2023 - 12:10 | última atualização em 01/06/2023 - 12:27

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Saúde unida à cidadania: comissões discutem garantia de direitos frente ao atual cenário do estado

Biah Santiago



As comissões de Direito à Cidadania e Especial de Direito Sanitário e Saúde da OABRJ realizaram na tarde desta quarta-feira, dia 31, evento pautado pela discussão do atual cenário da saúde no Rio de Janeiro e a efetivação de direitos dos cidadãos brasileiros. É possível assistir ao encontro na íntegra pelo canal da Seccional no YouTube. 

Presidente da Comissão de Direito à Cidadania da Ordem, Valeria Farah destacou que a parceria entre os grupos pretende não apenas debater, mas fomentar projetos.

“Como cidadã, sempre me questiono como se encontra a saúde no Rio de Janeiro e no Brasil como um todo, pois a todo momento surgem problemáticas que precisam ser resolvidas”, ponderou Farah. 


“Enquanto comissão, buscamos um trabalho digno relativo à pauta e levamos as discussões criadas aqui, com profissionais capacitados, mais adiante. Nosso dever é provocar reflexões e criar iniciativas informativas voltadas à saúde que auxiliem aos mais interessados, a população”.


Corroborando as palavras da colega, o presidente da Comissão de Direito Sanitário da Seccional, Luiz Felipe Conde, ressaltou que “é visceral a interação entre a cidadania e a saúde”.

“A Ordem é a casa de todos os direitos e da sociedade, e é o palco perfeito para debater questões de política pública”, disse Conde.

“É preciso união para trazer estes assuntos, visto que a crise sanitária não é um agravante apenas do nosso país, e sim global. O modelo de saúde no país nos anos 1970 era o de prevenção. Hoje, esse panorama é diferente, já que o foco é tratar os doentes. Precisamos garantir o direito de cada cidadão de ter o básico, ou seja, acesso à saúde”.



As palestras do evento ficaram a cargo da doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Iesc/UFRJ), Sandra Maria Besso; da assistente social e tecnologista do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Luciana Alcantara; e dos representantes da Casa Ronald McDonald do Rio de Janeiro: o gerente de Desenvolvimento Institucional, Carlos Novais, e a assistente social especialista em Família, Criança e Adolescente, Cednaira Ramos, além de demais convidados. 

Os palestrantes abordaram os principais assuntos que envolvem a saúde e a cidadania, como, por exemplo, questões e interseções sanitárias; serviço social na oncologia; e os objetivos e serviços sociais prestados pelo programa de acolhimento Ronald McDonald. 

“Enquanto operadores do Direito, sabemos que as desigualdades sociais trazem consequências para a vida e saúde da população, que ultrapassa fronteiras. A saúde anda negligenciada em nosso estado e a pergunta que fica é: até quando teremos que suportar o sistema como ele está?”, pontuou a doutora Sandra Besso.

“A saúde tem que ser pensada com mais cidadania, ou seja, de forma igualitária e inclusiva. Ter acesso à ela é um direito constitucional e devemos pensar com responsabilidade em como percorrer esse caminho difícil pela defesa da saúde”.

Para a assistente social Luciana Alcantara, a atual conjuntura do estado não é favorável à saúde. Em sua fala, a representante do Inca expôs dados e notícias que refletem a carência sanitária no estado. 

“Deve-se considerar todo o entorno, toda a conjuntura faz com que a saúde esteja nesta situação. A desigualdade social na saúde é um dos principais motivos para que esses desafios se perpetuem na sociedade”, considerou Luciana.


“Os números de casos de câncer em estágio avançado só crescem no país e a vulnerabilidade e acesso insuficiente ao SUS [Sistema Único de Saúde] atrasam os diagnósticos. Se não existe política pública, ficamos num limbo agonizante”.



Durante o encontro, a plateia participou com indagações, exposição de dúvidas e questionamentos frente às apresentações dos palestrantes.

Veja aqui a segunda parte do encontro.  

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