Clara Passi Na Semana Internacional da Conscientização da Síndrome de Irlen, simbolizada por uma fita roxa, representantes da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB/RJ abriu as portas da Ordem nesta quinta-feira, dia 18, para um encontro que buscou caminhos para sensibilizar gestores públicos sobre o problema de processamento neurovisual. O objetivo foi também pensar em alternativas para multiplicar o conhecimento médico sobre o assunto e formar profissionais capacitados a fazer o diagnóstico, chamados de screeners. A oftalmologista e screener Gisele Cunha, que é mãe de crianças com a condição, abriu o evento com uma palestra. O vice-presidente da CDPD, Caio Silva de Sousa, representou a Ordem. Também participaram do encontro pacientes e militantes da causa. A síndrome, também caracterizada como estresse visual, é uma disfunção em que o cérebro tem dificuldade de processar a informação captada pelos olhos. Assim, a leitura torna-se um fardo, o que prejudica o desempenho escolar e pode refletir-se em mau comportamento e evasão escolar. Isso é particularmente grave entre crianças em situação de vulnerabilidade, por isso as conversas e propostas se direcionaram prioritariamente à rede pública de ensino. A parca literatura sobre o problema e o pouco conhecimento até mesmo na comunidade médica agravam o panorama no país, que tem no H'Olhos de Belo Horizonte seu maior pólo de pesquisa. Segundo Cunha, estima-se que 15% da população mundial sofra da disfunção. A forma prática de amenizar os sintomas entre crianças em idade escolar é distribuir overlays (papeis coloridos que devem ser sobrepostos às páginas de leitura) e alocar screeners nas escolas. “Como não é uma deficiência, é possível ter uma vida normal com o tratamento”, ressalvou a médica. Depois da palestra, os pacientes deram relatos pessoais sobre suas trajetórias.