08/11/2012 - 09:31 | última atualização em 08/11/2012 - 09:41

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Relator na CCJ admite PEC da repercussão geral para STJ

Jornal do Commercio

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 209/2012 teve sua admissibilidade reconhecida pelo deputado federal Sandro Mabel. Ele é relator, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, da PEC que pretende instituir no Superior Tribunal de Justiça um mecanismo de filtro de recursos semelhante à repercussão geral existente no Supremo Tribunal Federal.

Para o parlamentar, a quantidade de assinaturas na PEC é suficiente para admitir a iniciativa e não há nenhum dos fatores que poderiam impedir sua tramitação, como limitações circunstanciais ao poder de reforma constitucional - o País não se encontra na vigência de estado de sítio, de estado de defesa ou de intervenção federal.

Da mesma maneira, observou o relator, a proposta não tem como objetivo abolir a forma federativa de estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, nem a separação dos Poderes ou os direitos e garantias individuais. Também não foi rejeitada ou prejudicada na atual sessão legislativa. Sandro Mabel ressalta a necessidade de alguns ajustes quanto à técnica legislativa, mas disse que estes poderão ser feitos pela comissão especial a ser criada para examinar o mérito da proposição.

A proposta cria o mesmo mecanismo adotado em 2007, com muito sucesso, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para admissão do recurso extraordiná- rio. Desde 2007, houve a redu- ção em 76% dos recursos para aquela corte. O projeto insere no artigo 105 da Constituição Federal de 1988 um parágrafo que cria o filtro para o STJ, condicionando a admissão do recurso especial à demonstração da relevância da questão jurídica federal discutida. Pelo texto, o recurso especial só poderá ser recusado segundo esse critério por decisão de dois terços dos membros do órgão competente para o julgamento.

A PEC 209 é fruto de anteprojeto elaborado pelo próprio STJ, por meio de uma comissão interna criada para esse fim no começo de março deste ano, presidida pelo ministro Teori Zavascki, recém-nomeado para o Supremo.
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