Com um quórum majoritariamente feminino, que preencheu o Plenário Evandro Lins e Silva na sede da Seccional, o Centro de Documentação e Pesquisa da OABRJ promoveu, na terça-feira, dia 14, o lançamento do livro “Reflexões femininas”. O departamento, responsável pelo cuidado com a memória documental da Ordem, desempenha um papel muito importante na preservação da história da advocacia e por isso desenvolveu esta proposta com o objetivo de promover o papel da classe na produção de peças culturais, tanto para o público interno da OABRJ quanto para o externo, como foi ressaltado pelo diretor do Centro de Pesquisa, Aderson Bussinger, na abertura do evento. “Nós temos essa diretriz no Centro de Documentação e Pesquisa que é procurar dar voz a todos os pontos de vista, todas as visões políticas, ideológicas, de vida. Isso é muito importante para nós”, completou. O trabalho celebrado na ocasião reúne crônicas e poemas de diversas mulheres que retratam suas histórias, vivências e sentimentos através da arte. A coordenadora e co-autora do projeto, Ana Cristina Augusto Pinheiro, conta que a ideia para o projeto surgiu durante a pandemia, quando a mãe de uma de suas alunas contou a ela que nunca tinha tido a oportunidade de estudar mas que assistia às aulas junto com a filha. “Quando ela me contou isso, imediatamente eu pensei: ‘preciso criar um projeto para dar voz e vez a todas as mulheres’, porque, às vezes, nós acabamos invisibilizando aquelas que não tiveram oportunidade de estudar e, independente da função que a gente exerce, todas são necessárias e importantes. Então para valorizar a mulher, independentemente de classe social, este é um projeto de inclusão que eu tenho muito orgulho. São 84 mulheres participantes, de diversas idades, classes sociais e nós pudemos abrir muitas oportunidades, não somente para advogadas, mas para todas”, declarou. Em seguida, a presidente da Comissão OAB Vai à Escola da Subseção do Méier, Adriana Pina, que também é uma das autoras do texto, deu destaque a importância da iniciativa como forma de valorização da escrita. “Além de advogada, eu também sou professora e trabalho numa sala de leitura. Lá eu converso muito com os alunos sobre a importância da escrita, porque é nela que muitas vezes você acaba se esvaziando quando não tem ninguém para conversar, mas tem uma caneta, um lápis, um papel. E esse livro não tem só os gêneros literários, você fica à vontade para falar em um universo feminino, então a mulher tem a possibilidade de propagar sua voz por meio da escrita". O encontro também contou com o depoimento de diversas autoras sobre suas obras e as ideias que as inspiraram na hora de escrever. Assista às falas na transmissão do evento que está disponível no canal da Seccional do YouTube.