14/06/2016 - 13:47 | última atualização em 14/06/2016 - 17:14

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Rapaz morto em comunidade do RJ será sepultado após três dias

jornal Extra

Está marcado para as 15h desta terça-feira, no Cemitério do Catumbi, na região central do Rio, o enterro de Carlos Eduardo Nogueira da Silva, o Dudu, de 20 anos, morto a tiro no sábado, no Morro do Querosene, em Santa Teresa, também na região central. Parentes do rapaz peregrinaram durante três dias para enfim conseguirem realizar o sepultamento. A família informou que não haverá velório.
 
Além da falta de dinheiro e de vaga nos cemitérios, os parentes de Carlos passaram por uma via-crúcis para liberar o corpo do jovem. Eles tiveram que se deslocar para o Intituto Médico-Legal (IML) de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, para onde o corpo foi primeiramente levado. Ao chegarem lá, descobriram que o cadáver havia sido transferido para o IML do Centro do Rio.
 
Dudu tomava água de coco no Morro do Querosene quando foi atingido por uma bala perdida. O disparo teria vindo do vizinho Morro da Fallet, em Santa Teresa, onde policiais militares e traficantes trocavam tiros.
 
Nesta segunda-feira na Rádio Globo, no programa Manhã da Globo RJ, apresentado por Roberto Canazio, dois debatedores da atração conseguiram que a OAB/RJ custeasse as despesas do enterro de Carlos.
 
Mãe faz desabafo
 
Quando esteve no IML do Rio, depois de ter ido ao IML de Nova Iguaçu, a diarista Sheila Cristiana Nogueira da Silva, de 45 anos, mãe da vítima, fez um desabafo. Ela passou o sangue do filho no rosto logo após saber da morte dele e, agora, quer saber quem foi o responsável pelo disparo que atingiu o rapaz. "O pessoal da comunidade disse que quem atirou no meu filho foi um PM. Quero saber de quem partiu o tiro e quem foi a pessoa que atirou nele. Quero olhar para a pessoa que tirou a vida do meu filho. Eu ia dizer: "Muito obrigada, você destruiu a minha vida"- disse Sheila, mãe de 14 filhos, três deles já mortos."
 
Ela voltou a negar que o filho tivesse envolvimento com o tráfico de drogas: "Meu filho não era traficante. Era um inocente. Se fosse traficante, ia falar: 'Ele era traficante. Mesmo sendo a dor de uma mãe, perdi sim um filho porque estava na vida errada'. Mas meu filho não estava na vida errada nem nunca esteve. Tanto que ele estava na igreja. O pessoal que compareceu à delegacia foi a minha filha e dois senhores da igreja. A mesma igreja que meu filho frequentava. Quero justiça", concluiu.
 
O delegado Fábio Cardoso, da Divisão de Homicídios, disse que vai confirmar oficialmente se, no momento em que Carlos Eduardo morreu, havia uma operação da PM na Fallet. Caso seja confirmado, ele pedirá o nome dos policiais que serão ouvidos na DH.
 
O objetivo é saber a dinâmica do fato e de onde partiu o tiro que matou a vítima. As armas usadas pelos PMs também deverão ser apreendidas para um futuro confronto balístico, caso seja retirado algum projetil no corpo da vítima.
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