A OABRJ foi representada por seu subcorregedor Mário Leopoldo em uma visita à Escola Municipal República do Peru, no Méier, como parte do Projeto Calçada da Cidadania, que pretende apresentar instituições do Direito a alunos do ensino fundamental. O evento contou ainda com a presença da presidente do projeto OAB Vai à Escola da Subseção do Méier, Adriana Pina; do procurador de Justiça Márcio Klang, e do defensor público José Augusto Garcia de Souza, diretor do Centro de Estudos Jurídicos da Defensoria Pública. Colaborador do Centro de Pesquisa e Documentação, Mário Leopoldo ressaltou a importância de apostar nas gerações futuras. "Se não trabalharmos com a juventude, e especialmente com os alunos da rede pública, seremos uma sociedade sem possibilidade alguma de avançar", afirmou Leopoldo. "Agora é a hora de construirmos em favor dessa garotada, pois é nas mãos deles que o futuro está concentrado. E com essas experiências, saímos com a esperança de que a sociedade tem jeito e tem futuro, mas precisamos concentrar nossas atenções neles". Também participou do evento a equipe do Centro de Memória Procurador de Justiça João Marcelo de Araújo Júnior, formada pela historiadora Nataraj Trinta; a secretária Jéssica Câmara, responsável pelo agendamento de visitas guiadas; o arquivista Deivson Sabadini, e a estagiária de Museologia, Liziane da Silva. Adriana Pina destacou a importância da aproximação das instituições com os jovens em idade escolar. “ É uma honra participar de um projeto como o da Calçada da Cidadania que incentiva e promove encontros visando ao preparo de jovens ao exercício da cidadania”, afirmou Adriana. “Acredito que a Educação tem papel fundamental e transformador na sociedade, pois é através dela que se desenvolve o ser humano, suas habilidades, potencialidades, competências e olhar crítico. No encontro de hoje, lançamos sementes fortes e frutíferas com a esperança de uma colheita transformadora e feliz”. Os convidados apresentaram a cerca de 40 alunos, entre 14 e 15 anos, a história de instituições como o Ministério Público, a OAB e o Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) e falaram sobre suas atribuições. A cerimônia contou ainda com a participação do advogado Douglas Silva, ex-aluno da escola República do Peru e vice-presidente da Jovem Advocacia da OAB/Méier, que ficou sabendo da visita através das redes sociais e decidiu ir à escola prestar o seu depoimento aos estudantes. "Estudei nesse colégio até 2011 e quando saí me perguntei: 'o que vou fazer da minha vida?', contou Douglas. "Descobri que já sabia e que tinha descoberto quando ainda estava no colégio. Descobri no passeio, igual ao que vocês farão na quinta-feira, que o que eu queria era ser advogado. Os anos se passaram e, através de bolsas de estudos no ensino médio e na faculdade, consegui me tornar advogado. Para mim é um orgulho estar aqui falando com vocês, porque sou fruto de um colégio público, e hoje consegui ter uma vida graças à advocacia. Seria ótimo se todos vocês se tornassem advogados, mas mesmo se isso não acontecer, espero que vocês aproveitem muito essa oportunidade, porque é possível sair daqui e construir uma carreira". Projeto contará com visita aos prédios da Avenida Marechal Câmara O evento foi a primeira parte do projeto Calçada da Cidadania, que levará os alunos a conhecerem as sedes do Ministério Público, da Defensoria Pública e da OABRJ na manhã de quinta-feira, dia 15. Todos localizados na mesma calçada da Avenida Marechal Câmara, no Centro do Rio. "Esse projeto nasce com a vocação de ser bem sucedido nessas conversas com a garotada", afirmou José Augusto. "É uma pena que não possamos fazer algo assim todos os dias. Para nós que gostamos tanto do Direito, conversar com os estudantes sobre direitos e deveres e sentir que muitos deles estão interessados, é algo que nos deixa extremamente felizes. Não sei se chegarei a encontrar algum deles profissionalmente, mas tomara que algum destes alunos escolha atuar na Defensoria Pública". Após as apresentações, os alunos assistiram a trechos do longa-metragem "Medida Provisória" abordando questões como indenizações legais e, durante um exercício, os alunos foram divididos em grupos e questionados sobre direitos e deveres dos cidadãos. Conceitos como o direito à saúde, à educação e os deveres de respeito ao próximo e da obediência à lei foram bastante citados pelos participantes. "Nossa ideia é que eles conheçam as instituições e que elas deixem de parecer algo tão distante", afirmou Klang. "O que queremos é trazer os alunos das escolas para conhecer esses instrumentos da cidadania e da democracia, para que eles saibam como exercer seus direitos. Acho essa experiência de trazer a eles noções de direitos muito válida, especialmente quando apresentada de maneira objetiva sem muito blá-blá-blá. Acho que foi uma experiência proveitosa, que ficará no inconsciente destes estudantes".