21/09/2017 - 11:07 | última atualização em 21/09/2017 - 11:18

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Professor fala sobre conclusões de conferência da Unesco

redação da Tribuna do Advogado

Foto: Lula Aparício   |   Clique para ampliar
As conclusões da Conferência Mundial das Humanidades, realizada no âmbito da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em agosto deste ano, que trataram do Direito ao Meio Ambiente foram as questões apresentadas na sessão pública da Comissão de Direito Ambiental (CDA) da OAB/RJ, que aconteceu na Seccional nesta quarta-feira, dia 20. A atividade foi o primeiro debate público no Brasil após a conferência da Unesco, e contou com a presença do secretário-geral do Conselho Internacional para a Filosofia e as Ciências Humanas (com sede na Unesco), coordenador do Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e pesquisador do Grupo de Quaternário do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra, Luiz Oosterbeek, que apresentou o painel As conclusões da Conferência Mundial das Humanidades e suas implicações para o Direito ao Meio Ambiente - Desafios para os setores público e privado no Brasil e o papel da advocacia.
 
“O professor Luiz não é advogado, mas conhece Direito como poucos. Sua presença é uma oportunidade fundamental para desenvolvermos os estudos na área do Direito Ambiental, já que nossa comissão tem também esse perfil acadêmico, de refletir sobre as questões importantes para a sociedade”, disse o presidente da CDA, Flávio Ahmed, na mesa de abertura, da qual também participou a diretora do Departamento de Cultura e Eventos da Ordem, Paula Vergueiro.
 
Em sua palestra, Oosterbeek falou sobre a vida em sociedade e da necessidade de olharmos o momento atual em perspectiva histórica. “Agradeço o convite da OAB/RJ e do Flávio, que é alguém com sólidos conhecimentos em Direito mas que pensa a nossa vida no espaço em que estamos inseridos. Acredito que precisamos cada vez mais disso, de intelectuais muito competentes em suas áreas de estudo, mas que ao mesmo tempo percebam que sua esta não é importante, é um instrumento. O que é verdadeiramente importante é que a vida em sociedade possa funcionar”, argumentou. 
 
Com a experiência de arqueólogo e historiador, ele afirmou que a vida é composta de diversas variáveis, muitas das quais sequer percebemos, e que é certo que estas irão falhar. “Especialmente nos momentos de transição como o que vivemos, é importante ter em conta que todas as civilizações colapsam. Não é que podem colapsar, todas elas entram em colapso. Temos que ter uma estratégia para continuar. A tarefa das humanidades é suavizar a dor, não é evitar o inevitável. A vida sempre tem elementos imprevisíveis. Há uma integração de processos, e do meu ponto de vista acredito que finalmente estamos em condições de ver o nascimento da humanidade. O clima, a dimensão sócio econômica e os ecossistemas estão se integrando”.
 
Oosterbeek acrescentou: “Não existe uma identidade de espécie humana. Os brasileiros não irão eleger o Donald Trump, nem nós portugueses o Michel Temer, mas não porque sejam bons ou ruis, e sim porque têm outra nacionalidade. Não são humanos, quebramos a unidade da espécie. Isso vai mais longe, dificilmente os cariocas elegerão um prefeito paulista. Nós seremos humanos no dia em que não virmos mais essas diferenças. E criamos nossas identidades quando temos que enfrentar problemas em comum”.
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