15/09/2016 - 17:00 | última atualização em 15/09/2016 - 17:05

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Problemas do Ensino Médio pautam palestra de Arnaldo Niskier na ESA

redação da Tribuna do Advogado

Em mais um dos encontros realizados pela Escola Superior de Advocacia (ESA) da OAB/RJ com a proposta de expandir a área de discussão do Direito, o projeto ESA Cultural, foi realizada nesta quarta-feira,  dia 14, uma palestra com o professor e escritor Arnaldo Niskier, especialista na área de educação, para abordar os problemas e desafios do Ensino Médio no país.
 
Niskier, que é membro da Academia Brasileira de Letras, presidente do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) e já foi Secretário de Estado de Educação e Cultura do Rio de Janeiro, abordou em sua explanação os atrasos no cumprimento das vinte metas principais do Plano Nacional de Educação, programa do Ministério da Educação que traçou, em 2014, as diretrizes educacionais que deveriam ser seguidas nos dez anos seguintes.
 
O especialista apresentou dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb, teste que mede a qualidade da educação) que demonstram o que ele chama de um “quadro de horror” do Ensino Médio no Brasil: “O Ideb mostra que deveríamos ter em 2016 ume média de 4,5. Mas nós estagnamos em 2011 muito abaixo dessa média. E no ritmo de crescimento que se assinala hoje, nunca alcançaremos média razoável”.
 
Ele cita como um dos problemas o currículo: “Temos hoje um currículo longo e tedioso, com 13 matérias. Naquele pouco tempo que o jovem dispõe ele tem que tomar conhecimento e aprender a gostar do que está ouvindo em 13 matérias. É muita coisa. Não existe exemplo no mundo em países desenvolvidos, com educação de vanguarda, com um currículo desses”.
 
Niskier cita ainda o índice de reprovação de 50%: “Isso é muito, muito alto. E vem acompanhado de um quadro de alunos descontente, com professores igualmente descontentes”.
 
Segundo ele, a formação dos professores deveria ser repensada, assim como o horário das aulas. “Utilizamos hoje métodos nem mesmo do século XX, mas do século XIX. A verdade é que não há dinheiro para que as metas sejam cumpridas, assim como não há interesse político”, frisou, citando benefícios que o Projeto de Lei 6.840/2013, que visa a promover uma reforma no Ensino Médio, poderia trazer.
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