O primeiro evento presencial de 2023 na OABRJ, realizado nesta quarta-feira, dia 18, tratou de temas importantes à sociedade: educação, saúde e autodesenvolvimento. O encontro foi realizado pela Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CDPD) da Seccional em parceria com a Associação Portuguesa de Gestão das Pessoas (APG) e reuniu diversos especialistas educacionais do Brasil, Espanha e Portugal para discutir propostas de inclusão social sem exceções ou distinções de idade, gênero e características físicas ou mentais. Na ocasião, a vice-presidente da OABRJ, Ana Tereza Basilio, ressaltou o comprometimento da Seccional em ser porta-voz na luta pela inclusão de pessoas com deficiência no corpo social. “Este evento inaugura o ano de muitos trabalhos que a OABRJ terá”, disse Basilio. “A bandeira das pessoas com deficiência é uma das principais da Seccional, e grande preocupação da gestão do presidente Luciano Bandeira. Que nós consigamos produzir muitos resultados positivos em prol deste tema relevante para toda sociedade”. Ao lado de Basilio, também compuseram a mesa de abertura o presidente da CDPD, Geraldo Nogueira; o diretor do Instituto de Investigação e Prospecção Educativa da Universidade da Extremadura (Inpex) na Espanha, Manuel Montanero; e as organizadoras do evento, a fonoaudióloga Katia Badin e as professoras da Universidade Fernando Pessoa (UFP), em Portugal, Fátima Paiva e Luísa Saavedra. “A OABRJ é uma instituição que está sempre presente em favor de uma sociedade mais inclusiva e justa para todos”, afirmou Nogueira. “A inclusão se funda em um princípio que é muito importante e não devemos nos afastar dele: da igualdade de oportunidades. As pessoas com deficiência não lutam por benefícios, mas sim por ter espaço dentro da sociedade. Este é o principal pilar que sustenta o processo de inclusão social e cada um deve cumprir o papel de estar atento e sensível a esta pauta, pois senão, isso será sempre apenas um conceito sem nada efetivo na prática”. Na etapa inicial do encontro, as palestras abordaram a perspectiva educacional em relação a neurociência, como, por exemplo, a neuroanatomia emocional e o contexto escolar; a saúde mental e a escola; o prazer de estar vivo e comemorar cada conquista; e os pilares do desenvolvimento e do bem-estar. As exposições ficaram a cargo de Katia Badin e Manuel Montanero; da neurocientista educacional Marta Relvas; da psiquiatra Isabella Souza; do neuropsicólogo clínico Messias Fernandes; e do terapeuta comportamental Daniel Guerreiro. “Desde o ponto de vista de investigação sobre a inclusão escolar compartilho a mesma filosofia deste simpósio, que é a interdisciplinaridade. Creio que a educação inclusiva só pode ser feita de maneira eficaz desta forma, com a colaboração de especialistas de diversos campos de estudo e de toda a sociedade”, ponderou o professor e diretor do Inpex, Manuel Montanero. Para a psiquiatra Isabella Souza, é preciso unir esforços para mudar e causar impacto na vida de todas as pessoas. “Estamos em uma época difícil com inúmeros desafios nas clínicas, nas escolas e na vida pessoal com um imenso número de jovens adoecendo seriamente”, destacou Souza. “Como educadores e responsáveis por estas crianças e adolescentes, temos que parar e analisar o que está de fato acontecendo. Temos que traçar condutas de tratamento, mas principalmente de orientação e prevenção”, ressaltou. Na segunda parte do evento, foram discutidas a promoção da intervenção oportuna; escola sem neura - a ponte entre a saúde e a educação; o plano educacional individualizado como instrumento para inclusão; programa de treinamento parental para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), entre outros. Os painéis contaram com as apresentações da neuropediatra Fernanda Guedes; da jornalista e mestre em Psicologia Comportamental Ciça Melo; da neuropsicopedagoga Marisa Mello; do professor e investigador Paulo Araújo; e da terapeuta ocupacional Teresa Ruas.