20/03/2009 - 16:06

COMPARTILHE

Presidente do TJ foi grampeado

Presidente do TJ foi grampeado


Do jornal O Globo
 
20/03/2009 - O presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, desembargador Luiz Zveiter, o seu filho e o pai, o ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Valdemar Zveiter, tiveram seus telefones grampeados há oito meses, quando Luiz Zveiter ainda era corregedor do TJ.

A informação foi dada ontem ao presidente do TJ pela Diretoria Geral de Segurança Institucional da Casa. Foram monitoradas as linhas de telefone celular e residencial.

Uma escuta foi descoberta também no aparelho de ar-condicionado do atual gabinete do desembargador.

O grampo foi detectado durante uma varredura realizada semana passada no Tribunal de Justiça. Técnicos desconfiaram de um fio conectado à tomada do aparelho de ar-condicionado da presidência e à antena coletiva do edifício.

"Há algum tempo, eu já tinha noção de que alguma coisa estava acontecendo. E hoje (ontem) eu fui informado de que eu tinha sido interceptado, junto com meu filho e o meu pai, por pessoas que detinham informações sobre a minha vida pessoal e que voltariam a fazer isso. É uma coisa séria, que deve ser investigada profundamente", afirmou Zveiter.

Tribunal abriu sindicância para apurar o caso. A escuta já foi informada, por ofício, à Polícia Federal e à Secretaria de Segurança Pública. Uma sindicância interna foi aberta pelo Tribunal de Justiça para investigar o caso.


Não se sabe ainda quem instalou o grampo, a mando de quem e com que objetivo. O presidente do tribunal suspeita que a escuta possa ter sido feita por pessoas insatisfeitas com sua atuação à frente da Corregedoria do TJ, ou até mesmo com o fato de ele ter assumido a presidência do tribunal. "Provavelmente isso foi feito por pessoas a quem eu desagradei na época da Corregedoria".

Com uma atuação mais ampla, eu poderia desestabilizar algum grupo. Mas temos que aguardar as investigações", disse o presidente do tribunal.

Em maio do ano passado, Luiz Zveiter, então corregedor do Tribunal de Justiça, inaugurou um sistema informatizado para controlar todos os pedidos de grampo que chegam ao Judiciário. O objetivo, segundo ele, era fiscalizar as interceptações pedidas pela polícia e autorizadas pela Justiça. Na época, o desembargar explicou que havia, por exemplo, pedidos deferidos em que o texto citava apenas um telefone e incluía a palavra "outros" na solicitação, possibilitando a interceptação de qualquer número.

Abrir WhatsApp