18/07/2013 - 15:39 | última atualização em 18/07/2013 - 17:53

COMPARTILHE

Presidente da OAB/RJ critica excessos da Polícia e de manifestantes

redação da Tribuna do Advogado

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, dia 18, na sede do governo estadual, o presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, declarou que a Seccional vem acompanhando os protestos realizados desde junho no Rio de Janeiro e ressaltou que a entidade atua na defesa da democracia. "A Ordem esteve esse tempo todo ao lado da liberdade de manifestação e da paz nos protestos. Nosso papel tem sido de defesa dos direitos humanos, do direito de defesa e de reflexão sobre o complexo momento que o Brasil atravessa", disse. Participaram da reunião, também, o prefeito Eduardo Paes, a presidente do Tribunal de Justiça, Leila Mariano, o procurador-geral de Justiça, Marfan Martins Vieira, e o defensor-geral da Defensoria Pública, Nilson Bruno. 
 
Transmitir para a Ordem a falta de preparo para reagir a uma passeata é um excesso, além de uma impropriedade técnica
Felipe Santa Cruz
presidente da OAB/RJ
Felipe reagiu duramente às insinuações do comando da PM de que a violência da noite desta quarta-feira, dia 17, no Leblon, teria sido provocada porque os policiais evitaram usar armas não letais seguindo suposto "pacto" firmado com a Ordem e a Anistia Internacional.
 
"Não houve pacto algum. Transmitir para a Ordem a falta de preparo para reagir a uma passeata é um excesso, além de uma impropriedade técnica. O que existe, e sempre alertamos para este fato, é falta de preparo das forças policiais. Hoje acompanhei relatos de violência policial, de excessos da Polícia e até da ausência de Polícia, o que nos preocupa", criticou Felipe, lembrando que a Seccional havia cobrado dos policiais usar identificação com seus nomes visíveis.
 
Defendendo a ideia de uma polícia cidadã e do uso de protocolos técnicos para embasar as ações, o presidente da OAB/RJ criticou, também, os atos "com traços de fascismo" de alguns manifestantes durante o protesto desta madrugada nos arredores da casa do governador Sérgio Cabral. Felipe criticou a ação da polícia por reprimir genericamente os manifestantes ao invés de atuar diretamente na prisão daqueles que promoveram depredações.
 
A Ordem, no seu papel histórico e institucional em defesa da democracia, vem ressaltando que nós estamos diante de uma realidade nova, de uma manifestação sem lideranças que é convocada pelas redes sociais e plural em suas bandeiras. Faz-se necessário, portanto, discutir que modelo é esse utilizado para o acompanhamento das manifestações. Também cobramos a detenção de quem destrói patrimônio e utiliza de violência. Precisamos esclarecer quem são estas pessoas", defendeu.
 
Sobre a violência de alguns manifestantes, declarou: "O que estamos vendo na internet, o que estamos vendo nas últimas 24h desconsidera por completo o processo democrático brasileiro. Vale lembrar que, desde o início das manifestações, há um mês, a OAB/RJ mantém aproximadamente 50 advogados que voluntariamente acompanham todos os protestos para garantir o direito legítimo de expressão, mas vigiando o excesso de ambos os lados".
 
Abrir WhatsApp