OAB contesta redução de vagas nas faculdades de Direito Do jornal A Tribuna 01/09/2008 - O presidente da OAB/Niterói, Antônio José Barbosa da Silva, se diz contrário à redução do número de vagas do curso de Direito nas faculdades de todo o Brasil para o próximo vestibular, conforme foi anunciado pelo MEC. Segundo ele, o ensino de base é que deveria ser reformulado, pois o estudante já entra na faculdade sem a bagagem cultural necessária para cursá-la. "A medida só dificultará o acesso dos estudantes à universidade. Não vai solucionar o problema de advogados ruins ou não. Isso quem faz é o mercado. A faculdade ensina o Direito, o estudante decora e passa, pois a base cultural não se formou lá atrás, no ensino fundamental e médio. Não se pode culpar a faculdade por isso. Só se vai reduzir o mercado para o vestibular e complicar a vida dos estudantes de escolas públicas, principalmente. Estas estão sucateadas, com professores mal remunerados, sem estrutura", disse. Quanto ao grande número de formados reprovados na prova da OAB, Antônio José destacou a preocupação destes de passarem em concursos. "Eles decoram as leis, mas esquecem do principal, a interpretação, que é subjetiva. Aí pegam o diploma e não se encaixam no mercado. Este despreparo estrutural é oriundo da vida escolar", ressaltou. Segundo a OAB/ Niterói, 13 mil advogados estão inscritos atualmente na cidade, porém não há garantia de que estejam atuantes. Em Niterói, o Centro Universitário Plínio Leite (UNIPLI), teve 525 vagas cortadas do total de 800 oferecidas em seu curso de Direito. A instituição está em 12º lugar entre as 15 que mais sofreram cortes em todo o país. Segundo a instituição, o número de cortes foi acordado entre a instituição e o MEC, sem prejuízo, pois eram disponibilizadas no máximo 300 vagas para as 800 autorizadas a cada vestibular. A faculdade informou que foi uma das primeiras avaliadas pelo órgão, em janeiro, quando se comprometeu a cumprir uma série de exigências, entre elas a diminuição das vagas, agora 275; reformulações no conteúdo programático do curso; revisão do projeto pedagógico e a criação de oficinas de leitura. O UNIPLI destacou que está apto a atender as exigências e dar continuidade ao trabalho desenvolvido pela instituição.