18/08/2008 - 16:06

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Posto avançado da OAB/RJ na Vila Mimosa: aumento na procura por justiça

Posto avançado da OAB/RJ na Vila Mimosa: aumento na procura por justiça


Do Jornal O Dia

18/08/2008 - Elas têm família, relacionamentos e filhos. Para garantir o pão e o leite de seus rebentos, procuram cada vez mais os seus direitos. São as garotas de programa da Vila Mimosa. Com cinco meses de funcionamento, o posto avançado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ) que atende a área de prostituição do Rio registra a pensão alimentícia como a principal demanda dessas profissionais.

"O maior número de orientações é em matéria de Direito de Família", conta a advogada Júlia Jácome. Em seguida, vêm demandas previdenciárias, trabalhistas, de Direito do Consumidor e questões imobiliárias. São cerca de cinco atendimentos diários e o serviço funciona duas vezes por semana.

O posto avançado da OAB/RJ ainda tem o desafio de conquistar a confiança do público que pretende atender. A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem, Margarida Pressburger, considera a aproximação mais difícil do que em postos instalados em comunidades como Vila Cruzeiro, Borel e Morro da Coroa. Mas, para a OAB/RJ, é uma questão de tempo.

No início, a advogada responsável precisou ir até as garotas de programa para 'convocá-las' a usar o serviço. Hoje, elas já representam 20% da procura pelo posto, que funciona no prédio da Faetec, na Rua Ceará, 268. Os outros 80% são moradores do entorno. "A conquista de confiança é gradual", comenta a advogada Júlia Jácome, que atribui o distanciamento das prostitutas à baixa auto-estima.

Para Margarida Pressburger, as garotas de programa temem que sua vida profissional se torne pública. "Em casa, a maioria declara outra profissão. Elas têm medo de que se possa revelar a verdadeira atividade", diz, lembrando que o serviço assegura o anonimato dos clientes.

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