18/01/2017 - 12:29 | última atualização em 18/01/2017 - 12:26

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Pente-fino no INSS convocará duas milhões de pessoas

jornal O Dia

O número de segurados que recebem benefícios por incapacidade e terão que passar pelo pente-fino do INSS saltou de 1,73 milhão para 2,018 milhões de pessoas. Nesse total, o aumento mais expressivo foi de quem tem auxílio-doença, passando de 530 mil para 840 mil, alta de 58,5%. Isso ocorrerá porque com a perda de validade da MP 739, que instituiu o programa de revisões em 4 de novembro, mais pessoas que estavam em auxílio-doença entraram na regra dos dois anos sem perícia e fez com que a quantidade subisse.
 
Já o número de aposentados por invalidez teve uma diminuição de 3.075 segurados. De acordo com Alberto Beltrame, secretário-executivo do Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário, pasta à qual está subordinado o INSS, com a interrupção do pente-fino em novembro os dados de julho de 2016 foram atualizados e muitos beneficiários que completaram 60 anos de idade neste período ficaram de fora da revisão.
 
Pagamento dos peritos
 
A "caducada" da MP 739 garantia o pagamento de R$60 a médicos-peritos por atendimento extra dentro do pente-fino. E sem o pagamento os peritos pararam as revisões extras, conforme publicou O DIA na edição de 15 de novembro. A Associação Nacional de Médicos Peritos (ANMP) informou, na época, que as perícias ficariam suspensas até que fosse implementada uma nova norma que garantisse o bônus, embora as revisões estivessem previstas no regulamento da autarquia.
 
A decisão da associação, inclusive, foi duramente criticada. Naquela data, o defensor público da União Daniel Macedo questionou a forma como o programa revisional foi estruturado e questionou a lisura das perícias. "Os benefícios concedidos pela Justiça não podem ser cortados na esfera administrativa" advertiu.
 
E ontem, o advogado Herbert Alencar, presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB/Barra e membro do escritório Cincinatus e Alencar, corroborou com o que disse o defensor: "O INSS não pode, por via administrativa, cortar benefícios concedidos judicialmente. Se o órgão quer revisar os valores, deve ajuizar ação contra os beneficiários e não revê-los administrativamente no pente-fino".
 
Alencar alerta que ao ser convocado para revisão do benefício o segurado deve ficar atento, pois o INSS, ao entender que ele tem condições de retornar ao trabalho, vai cancelar o benefício imediatamente. "O segurado deve manter laudos, receitas e prontuários médicos do tratamento atualizados para apresentá-los. Inclusive que comprovem que ele está em tratamento", orienta.
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