08/04/2016 - 17:50 | última atualização em 11/04/2016 - 13:42

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Parceria garante legado jurídico das Olimpíadas para arbitragem

redação da Tribuna do Advogado

Uma nova área de atuação para os advogados, com profissionais já treinados, e a criação de uma sede da Corte de Arbitragem do Esporte (CAS) no Rio de Janeiro serão, segundo o presidente da Comissão de Arbitragem da OAB/RJ, Joaquim Muniz, o legado jurídico das Olimpíadas. Em evento desta sexta-feira, dia 8, organizado pela comissão, dirigentes da CAS e do Tribunal Arbitral para os Jogos Olímpicos Rio 2016 fizeram um primeiro treinamento sobre o funcionamento e a metodologia das instituições. 
 
De acordo com Muniz, ainda não existe no Brasil uma estrutura de arbitragem no esporte. A Corte Arbitral, por exemplo, só tem sede na Suíça e os atletas, caso queiram recorrer de decisões, são obrigados a viajarem para lá. "O fato de a arbitragem esportiva ser feita fora do Brasil fez com que nosso mercado ficasse atrasado neste ramo. A parceria que a OAB/RJ e o Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA) conseguiram com a CAS, maior câmara mundial, e o Tribunal Arbitral das Olimpíadas nos permitirá corrigir esta realidade", afirma.
 
Pela parceria, a comissão e a CBMA selecionaram advogados voluntários que passarão por treinamentos, o evento desta sexta funcionou como uma primeira etapa, para atuar na defesa de atletas ou federações que não tenham condições de arcar com os custos de um advogado nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Em outras edições, países carentes tiveram problemas sérios neste sentido. Nestes jogos, a presença de advogados voluntários atuando gratuitamente na defesa desses casos amenizará a situação. Em contrapartida, a Corte Arbitral fará uma série de treinamentos, contemplando qualquer advogado interessado e não apenas os que atuarão como voluntários nas Olimpíadas. 
 
O outro legado, afirma Joaquim Muniz, é a criação de um centro de audiências da Corte Arbitral no Rio de Janeiro para atender toda a América Latina. "Os atletas não precisarão mais viajar e isto já é um ganho. Pois, hoje em dia, os esportistas sem recursos acabam desistindo de recorrer por não terem como ir à Suíça e  acabam aceitando suspensões injustas, por exemplo. Com um Centro em nosso país, teremos mais acesso à Justiça Arbitral", comemora.
 
Segundo o presidente da Comissão de Arbitragem, a OAB/RJ conquistou um novo campo de atuação para os advogados com esta parceria: "Teremos treinamento, o que já nos permite desenvolver esta função em qualquer lugar do mundo. A parceria trouxe um campo imenso, com mais trabalho e oportunidades mais próximas em uma área sofisticada do Direito". 
 
Apesar da seleção de voluntários já ter sido elaborada, os advogados interessados ainda podem participar dos treinamentos da Corte Arbitral do Esporte e do Tribunal Arbitral para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Os eventos serão anunciados pela Comissão de Arbitragem da OAB/RJ. "A ideia é repetir esta parceria de voluntariado e treinamentos em outros grandes eventos esportivos. Inclusive uma grande conquista para o Brasil é a CBMA já ser a Corte Arbitral no Brasil para questões de futebol. Lembrando que a CBMA tem sede no Rio de Janeiro", conclui Muniz.
 
O evento desta sexta-feira contou, ainda, com a participação dos dois co-presidentes do Tribunal Arbitral para as Olimpíadas Rio 2016, a ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie e o vice-presidente da CAS, Michael Lenard; do secretário-geral da CAS, Mathieus Reeb; do representante da CAS, Francisco Müssnich; e do vice-presidente e do secretário-geral da Comissão de Arbitragem da OAB/RJ, Rodrigo Garcia da Fonseca e Ricardo Loretti Henrice, respectivamente.
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