08/07/2024 - 18:35 | última atualização em 08/07/2024 - 18:44

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Em parceria com a Comissão de Direito Antidiscriminatório da OABRJ, Associação Elas Existem promove formatura de mulheres e jovens que buscam autonomia no mercado de trabalho

Biah Santiago



A Comissão de Direito Antidiscriminatório da OABRJ, em parceria com a Associação Elas Existem, promoveu, nesta segunda-feira, dia 8,  a formatura do projeto ‘Fortalecendo multiplicadores’, que capacita mulheres e jovens tecedores as quais procuram na iniciativa uma autonomia para encarar o mercado de trabalho. 

Assista ao evento na íntegra pelo canal da Seccional no YouTube. 

Comandaram o encontro o presidente da comissão, Carlos Alberto Lima, acompanhado de sua vice, Luciana da Silva; e da diretora da Associação Elas Existem e mestre em Segurança Pública, Caroline Bispo.

Lima explica que a associação reforça o propósito da comissão em prol do respeito às diferenças, neste caso, do respeito aos direitos das mulheres e adolescentes LGBTQIAPN+ que compõem o sistema penitenciário e socioeducativo.

“A comissão espera que esta cerimônia faça vocês [os formandos] sentirem-se vitoriosos, em todos os sentidos, diante de todo o trabalho que fazem na Associação Elas Existem”, declarou o presidente da Comissão de Direito Antidiscriminatório da Seccional.


“Temos como meta, entre as iniciativas da comissão, a aproximação da OABRJ com os movimentos e associações sociais que prestam serviços de valor inestimável à população visando combater e minimizar as opressões e discriminações vistas em nossa sociedade”.



Carlos Alberto Lima completou: “Não tenho dúvidas da quantidade de dificuldades que vocês passaram e passam diariamente. Eu, como um homem branco e de classe média, não posso falar das dores e da discriminação sentida por vocês, mas minha fala é no sentido de apoio e de reconhecimento as pessoas que passam pelo cárcere sofrem em suas vidas, e como essa vivência impacta seu ciclo social e torna ainda mais desafiador o recomeço”.

A diretora da Associação Elas Existem ressaltou a parceria entre as instituições e declarou que a Seccional foi a responsável por impulsionar a iniciativa, que começou com um Grupo de Trabalho dentro da Comissão de Política Criminal e Penitenciária da OABRJ.

“A Elas Existem começou em 2016 com estudos e pesquisas dentro de uma comissão da Seccional”, afirmou Bispo.

“O propósito da associação é fazer com que as pessoas saibam que elas existem fora da cadeia, porque mesmo ao sair, muitos morrem, pois a sua dignidade é retirada lá dentro, a feminilidade, o nome, a existência como como pessoa e que passam por diversas dificuldades financeiras, emocionais, mentais, por exemplo. A associação nasceu para ouvir e entregar oportunidades, troca de vida e experiências e resistir ao sistema”.

Também compuseram a mesa a vereadora Monica Cunha; e os integrantes da Associação Elas Existem: a psicóloga e coordenadora, Taynah Marques; o advogado e conselheiro, Ladislau Porto; e os professores de inglês, Jessica Neves; de arte terapia, Elis Mona Reage; de informática, Jurandir Junior; e as de trança terapia, Gabriela Azevedo e Cardoso.

“Sou psicóloga na Elas Existem e no sistema prisional. Um dos pontos que me fez continuar como voluntária da associação, hoje como coordenadora, foi a missão do projeto em auxiliar na reconstrução de sonhos das pessoas que saem das penitenciárias”, disse Taynah.


“A prisão rouba essa capacidade desde o momento em que elas entram para o sistema. É muito difícil ver, do ponto de vista psicológico, e é ainda pior do ponto de vista humano, o enfraquecimento da habilidade de sonhar, de acreditar que a vida pode ser melhor e que é possível fazer outras coisas ao sair. Isso se conseguir sair”.



O procurador-geral da OABRJ e presidente da Associação Nacional da Advocacia Criminalista (Anacrim), James Walker, também prestigiou o evento e entregou os certificados às formandas.

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