13/01/2011 - 16:06

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Palácio da Justiça é reaberto à visitação

Palácio da Justiça é reaberto à visitação


Jornal do Commercio

12/01/2011 - Quem passa de carro à tardinha ou à noite pelo Elevado da Perimetral já teve a sua atenção despertada pela imponência do prédio iluminado. É o antigo Palácio da Justiça, que foi totalmente restaurado no ano passado, na administração do presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), desembargador Luiz Zveiter. Nele está localizado o Museu da Justiça, que preserva a memória do Poder Judiciário de nosso estado, e que reabre suas portas para visitação hoje, às 11 horas. A entrada é franca.

O museu voltará a abrir para visitação pública de segunda a sexta-feira, das 11h às 17h, com o último evento começando às 16h30. As visitas, que serão abertas às crianças maiores de cinco anos, jovens e adultos, vão ser mediadas por educadores que destacarão a decoração dos andares do prédio, em alusão à história do Direito. Podem ser agendados também grupos, pelos telefones 3133-3497/3766. O Museu da Justiça fica na Rua Dom Manoel, 29, no Centro.


Julgamentos

No Serviço de Documentação Histórica do Museu da Justiça, o visitante poderá consultar cópias de processos de julgamentos que ficaram na memória popular, como o crime da Rua Toneleiros (1954) e o crime do Sacopan (1952), e curiosidades como o inventário de José Lins do Rêgo (1958). Na Biblioteca do Museu, algumas surpresas, como as Ordenações Filipinas, original do século XVIII (ano de 1749). A obra apresenta cinco tomos, um para cada aspecto de ordenamento da sociedade.

O livro quinto, por exemplo, tratava de adultérios e outros tipos de crimes. O prédio foi construído em 1926, para abrigar o Palácio da Justiça da Corte de Apelação do Distrito Federal, e momentos importantes de nossa história se passaram nele. Hoje, o local abriga o Museu da Justiça, a Diretoria Geral de Gestão do Conhecimento, o Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento, o Centro Cultural do Poder Judiciário, a Escola de Administração Judiciária do Poder Judiciário do Rio de Janeiro e as associações de magistrados.

As cores originais voltaram à fachada e o prédio, agora, se destaca no centro da cidade. A construção, quase centenária, rejuvenesceu, mas não perdeu nenhum traço de seu estilo eclético clássico. O interior apresenta elementos decorativos que acentuam as suas características arquitetônicas: estátuas, vitrais, colunas, piso de mármore, pinturas e mobiliário. Tudo foi respeitosamente preservado.


Salão

O público poderá ver um majestoso salão espelhado, que é a ante-sala para o plenário da Corte do antigo tribunal, onde aconteceu a promulgação do Código Penal de 1940, realizada pelo então presidente da República, Getúlio Vargas. No segundo andar, o Salão dos Passos Perdidos é o caminho que se abre ao Tribunal do Júri. O nome do salão tem origem na ansiedade e na apreensão das partes envolvidas à espera do desfecho dos julgamentos. O Salão dos Passos Perdidos é também o título do livro de memórias do jurista Evandro Lins e Silva, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

No 1º Tribunal do Júri, que funcionou até 2009, foram julgados casos de grande repercussão nacional, tais como o crime da Rua Toneleiros e os assassinatos da atriz Daniela Perez e do jornalista Tim Lopes. Na sua decoração arquitetônica e educativa sobre a história do Direito, repleta de simbologias, estão pinturas do imperador romano Justiniano, que compilou e sistematizou todo o código do Direito Romano, e de Cícero, exemplo máximo da expressão de orador.

Além dessas pinturas, de autoria do artista André Vento, há também vitrais decorativos com os principais símbolos da Justiça, entre eles a balança, a espada e as Tábuas da Lei. Ontem, o Centro Cultural do Poder Judiciário (CCPJ-Rio) promoveu uma visita guiada teatralizada ao Antigo Palácio da Justiça. O cicerone da visita foi o notável jurista Ruy Barbosa, interpretado pelo ator Eduardo Diaz, que apresentou o histórico do palácio aos visitantes. A ideia foi a de mostrar de forma descontraída um pouco da história da Justiça.


Inscrições

A visita teve duração de 50 minutos e as próximas datas são 19 e 26 de janeiro e 1º e 2 de fevereiro, às 18h. A entrada é franca. As inscrições podem ser feitas a partir das 17h30, na sala do CCPJ-Rio, que fica na Rua Dom Manuel, 29, térreo, no Centro. O número máximo de visitantes é de 30.

No roteiro estão previstos os locais mais nobres do palácio, entre eles o pórtico de entrada, o Salão Histórico do Primeiro Tribunal do Júri, o Tribunal Pleno, a Câmara Isolada, os Salões dos Espelhos e o Nobre. Tudo será apresentado dentro da visão histórica de Ruy Barbosa. O texto foi elaborado pelo diretor Rafael Ribeiro e tem como base os discursos e grandes frases do renomado escritor.

A visita é iniciada na fachada principal do pórtico, com o personagem Ruy Barbosa se apresentando e falando um pouco do Rio antigo e da área no entorno do prédio. O palácio está inserido no contexto urbano da Praça XV, próximo ao local onde existiu o Morro do Castelo e também à Praia de Dom Manuel, que por mais de dois séculos foi a porta de entrada da cidade.

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