Apesar de o secretário municipal de Transportes, Fernando Mac Dowell, ter declarado que não aumentaria as tarifas de ônibus até que toda a frota estivesse equipada com ar-condicionado, o órgão agora estuda subir as passagens de R$ 3,80 para R$ 3,95. Na semana passada, Mac Dowell e a ex-merendeira Kelly Amaral, subsecretária de Gestão, apresentaram a proposta para empresários durante reunião na sede da secretaria, em Botafogo. Pelo que foi discutido, o reajuste seria concedido no mês de junho. A informação foi confirmada por duas fontes da própria secretaria. Em nota oficial, no entanto, a assessoria de Mac Dowell afirma que, nesse encontro, o único tema tratado foi a regularização do Passe Livre Universitário. Na próxima quarta-feira, haverá uma audiência com promotores do Ministério Público estadual e representantes da Procuradoria Geral do Município (PGM) e da Secretaria de Transportes com o objetivo de encontrar uma solução para o impasse judicial decorrente da demora na climatização dos ônibus. Também deverá ser analisada uma possível relação entre o reajuste das passagens e a refrigeração da frota. Valor rejeitado O preço de R$ 3,95 é o mesmo que o ex-prefeito Eduardo Paes propôs no fim do mandato, em dezembro, para entrar em vigor a partir de janeiro. Paes, no entanto, decidiu não conceder o reajuste depois que Mac Dowell afirmou ser contra o aumento. Fontes ouvidas pelo GLOBO contaram que, na reunião com o secretário, os empresários não aceitaram a proposta de R$ 3,95, alegando que o valor corresponderia ao calculado para o fim de dezembro. Eles pedem que a conta seja feita com base numa planilha de custos - que inclui despesas com mão de obra, substituição da frota e combustível - estabelecida no contrato de concessão das linhas de ônibus, assinado em 2010 por Paes. Dessa forma, a tarifa poderia aumentar para R$ 4,10. Em 2014, a prefeitura deu como prazo dezembro de 2016 para que todos os ônibus fossem climatizados. Como a meta não foi cumprida, o Ministério Público recorreu à Justiça. Em janeiro deste ano, o desembargador Alexandre Freitas Câmara, da 23 Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, manteve uma decisão judicial que prevê multa de R$ 20 mil ao município para cada veículo sem ar-condicionado. No momento, prefeitura e Ministério Público buscam um acordo sobre a questão.