18/10/2017 - 15:32 | última atualização em 18/10/2017 - 17:28

COMPARTILHE

OAB/RJ ressalta importância do diagnóstico precoce do câncer de mama

redação da Tribuna do Advogado

Foto: Lula Aparício   |   Clique para ampliar
Parte da programação da OAB/RJ em torno da campanha mundial Outubro Rosa, que visa a conscientizar sobre a importância do diagnóstico e tratamento rápido do câncer de mama, o evento Outubro Rosa e a saúde da mulher, realizado pela comissão OAB Mulher na sede da Seccional na manhã desta quarta-feira, dia 18, abordou de forma ampla a questão, tratando por diversas frentes um problema que é maior do que se imagina: trata-se de o segundo câncer mais comum entre as mulheres no Brasil, sendo, porém, o que mais as mata.
 
A informação foi passada durante a palestra da médica mastologista Melissa Areal Pires, que trouxe a visão clínica sobre a doença. Segundo ela, até o fim deste ano 60 mil mulheres terão sido diagnosticadas com câncer de mama e, delas, 20 mil morrerão. "É uma perspectiva terrível, pautada no grande problema que temos que é o estadiamento da doença. Isso quer dizer que grande parte dos casos diagnosticados se encontram em um estágio avançado, e isso se dá pela falta de acesso da nossa população em geral a um tratamento digno e, consequentemente, a formas de se diagnosticar previamente".
 
Pires apontou fatores de risco que devem ser observados para que mulheres procurem, ainda com mais regularidade, um acompanhamento médico e exames preventivos: "O primeiro fator de risco é ser mulher, já que somente 1% das pessoas com câncer de mama são do sexo masculino. Contam também questões como casos na família, principalmente em parentes de primeiro grau; a mulher ser nulipara, ou seja, nunca ter engravidado; a mulher engravidar após os 35 anos; ter tido a primeira menstruação muito cedo, entre outros".
 
Coordenador das comissões da Seccional, Fabio Nogueira apontou em seu discurso a necessidade de se implantarem políticas públicas para que se tenha um diagnóstico precoce. Já a presidente da OAB Mulher, Marisa Gaudio, explicou que a comissão escolheu participar da campanha com um evento abrangente para frisar a preocupação com a saúde da mulher como um todo: "O Outubro Rosa marca essa preocupação que temos com a mulher em todos os aspectos. Agora nos voltamos para o câncer de mama porque é importante frisar que ele é mais comum do que muitos pensam, mas também queremos aqui abrir um espaço para a mulher, entre elas a mulher advogada, que na maior parte das vezes faz dupla jornada, pense na sua saúde. A mulher precisa de um tempo para olhar para si, para sua saúde emocional e física".
 
Foto: Lula Aparício   |   Clique para ampliar
Tratando justamente das questões emocionais, o psicólogo Jorge Reis explicou como as relações abusivas podem trazer consequências para a mulher, sendo um dos fatores que podem contribuir para que ela desenvolva a doença. Já o cirurgião plástico Luiz Felipe Reis explicou como é feita atualmente a cirurgia de reconstrução mamária e deu exemplos de como ela é importante para o tratamento da doença.
 
Completando sua exposição por outro viés, a advogada, membro da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB/Barra da Tijuca, Melissa Areal Pires, abordou os aspectos jurídicos da cobertura dos planos de saúde para o tratamento de câncer de mama. Segundo ela, a posição do Judiciário é de que a exclusão, por parte dos planos, da cobertura de reconstrução mamária, é abusiva. "A legislação prevê expressamente a cobertura. Não se trata de mera perda estética, como algumas operadoras alegam para negar o procedimento, mas sim de uma deformação por força de doença, que altera a funcionalidade do corpo e causa abalos psicológicos".
 
O evento também teve contribuições da vice-presidente e da secretária geral da OAB Mulher, Bianca Reis e Patrícia Carvalho.
Abrir WhatsApp