Com enredo sobre a história da revolução quilombola pela ótica da guerreira negra do período colonial brasileiro, Dandara dos Palmares, o livro ‘Dandara’ foi lançado em evento organizado pelo Centro de Documentação e Pesquisa da OABRJ, em conjunto com a Comissão de Direito da Criança e do Adolescente (CDCA) da OAB/Méier, na manhã desta terça-feira, dia 18, na sede da Seccional. Para assistir ao encontro na íntegra, acesse o canal da OABRJ no YouTube. A obra, escrita pelo autor de telenovelas e de livros, Tiago Santiago, e pelos coautores Barbara Garcia, Vinícius Sylvestre e Jeferson Freitas, firma Dandara como orientadora e líder da revolução que seu marido e pai de seus três filhos, Zumbi dos Palmares, protagonizou na década de 1690. Além dos escritores, também compuseram a mesa do encontro o diretor do Centro de Documentação Pesquisa da OABRJ, Aderson Bussinger; e as integrantes da Subseção do Méier: a presidente, Gracia Barradas; e a presidente da CDCA da unidade, Aline Vieira - também colaboradora do Centro de Documentação e Pesquisa da Seccional. A diretora de Igualdade Racial da OABRJ, Ivone Ferreira Caetano também prestigiou o encontro. “Este lançamento tem um sentido especial para o Centro de Documentação e Pesquisa, que promove diversos trabalhos em parceria com as comissões da Ordem que têm a pauta racial como princípio”, declarou Bussinger. “A temática, principalmente deste livro, se encaixa na proposta da Seccional em promover a cultura, e sobretudo, autores negros. O quilombo foi o único lugar em que a população negra experimentou a liberdade de fato, pois foram vítimas durante muito tempo do sistema colonial. Mesmo após o término jurídico da escravidão, a discriminação, o racismo e os dados estatísticos sociais continuam a existir em nosso país”, disse o diretor. O escritor Tiago Santiago ressaltou a importância de abordar temas discutidos no livro, como justiça e promoção de direitos, na Ordem. “É um prazer lançar este livro na OABRJ, que conta a história de liberdade ainda vivida no final século XVI no Brasil, da república de angola-janga [como os palmaristas chamavam os quilombos] com a perspectiva da saga vitoriosa de Dandara”, disse o autor. Durante a leitura de um trecho da obra, Santiago afirmou que Dandara foi a responsável por encabeçar o movimento do orgulho preto. Para ele, a guerreira “foi e é fonte de inspiração para todas as mulheres e homens negros deste país”. A autora Barbara Garcia destaca a proposta do livro em honrar a força do povo preto e representar, também, “as forças de nossas raízes africanas, além de projetar a ancestralidade e a jornada de luta para a futura geração". Segundo a presidente da CDCA da OAB/Méier, Aline Vieira, a narrativa do livro conversa com os direitos contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Aline destaca que a ideia foi expandir a história de Dandara para o conhecimento da advocacia. “O que me tocou, como operante do Direito, não foi apenas a história e a importância da Dandara para o quilombo, mas também o seu tratamento das crianças como divindades por causa de seu saber ancestral”, contou a advogada. “Um dos pilares do ECA é trazer esses jovens como sujeitos, como pessoas de direito. Me deparar com este romance, e a importância da proteção integral da criança e do adolescente e engrandece a luta de quem atua nessa área”. Ao final do encontro, na parte externa do Plenário Evandro Lins e Silva, no 4º andar da sede da Seccional, os autores autografaram cópias do livro para os convidados.