13/03/2024 - 12:32 | última atualização em 13/03/2024 - 12:40

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OABRJ ‘mexe em feridas’ do transporte urbano em evento com representante da Agetransp

Felipe Benjamin



Promovido pela Comissão de Políticas sobre Drogas da OABRJ, o evento "O caos urbano do transporte na cidade do Rio de Janeiro" levou, na tarde de segunda-feira, dia 11, ao Plenário Carlos Maurício Martins Rodrigues um importante debate sobre o sistema de transporte público da capital fluminense. 

O evento teve a mediação do presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa (ANI), Roberto Monteiro Pinho, e a participação de seu vice, Wanderley Rebello Filho, que preside a comissão da Seccional; e do presidente da Comissão de Mobilidade Urbana do Rio de Janeiro da ANI, Fernando Annibolete. O palestrante foi o representante da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp), Adolfo Konder.


"Temos um marco nos serviços regulados pela Agetransp, que é a pandemia", afirmou Konder. "Após a pandemia, tivemos uma queda grande do número de usuários e refletimos sobre como conseguir criar mais integração com qualidade, de maneira a permitir que o cidadão chegue mais rápido no seu trabalho, a um baixo custo. A frota de veículos aumentou em mais 100% nos últimos anos. A integração já existe e precisa ser ampliada. A mobilidade urbana, quando bem planejada e executada, muda, verdadeiramente, a vida das pessoas".



A ausência de representantes do Poder Público foi destacada pelo mediador que classificou o cenário do transporte no Rio de Janeiro como "um sofrimento". 

"Quando surge um evento na Casa do Advogado, com uma associação respeitada como a nossa, com um tema como esse, estamos mexendo em feridas", afirmou Roberto Monteiro. "E não há muitos com a coragem de fazer o que fez o Konder: de vir aqui aqui dialogar e mostrar que, para o trabalhador que usa o sistema de transportes do Rio de Janeiro, essa experiência é uma aflição. Somos um país no qual a mobilidade urbana é tratada como um negócio, enfiando passageiros em ônibus como em uma lata de sardinha. A Comissão de Transportes e Mobilidade Urbana da Câmara dos Vereadores deveria estar presente aqui hoje. A realidade é que o transporte no Rio de Janeiro, assim como em outras capitais, é uma bomba nuclear".

Presidente da comissão, Wanderley relembrou que a OABRJ pode ser uma ferramenta para levar as demandas da população ao poder público.

"Temos que ter em mente sempre que o transporte urbano é um direito humano fundamental, inserido na Constituição Federal, e isso nos permite travar uma luta mais eficaz para garantir esse direito", observou.


"O município tem o dever de organizar esse serviço público, e quando não há a prestação desse serviço, é justamente por omissão e falta de interesse e de iniciativa, e também porque o povo não está orientado a lutar  e provocar o poder público e é importante mostrar que dispomos desses meios para fazer essas provocações".

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