14/03/2023 - 12:10 | última atualização em 15/03/2023 - 19:22

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OABRJ e governo estadual inauguram polo com aulas gratuitas de autodefesa para mulheres

Encontro deu início às ações das entidades em favor da valorização feminina e de enfrentamento à violência de gênero

Biah Santiago



A Seccional - por meio da Comissão OAB Mulher RJ - em parceria com o programa Empoderadas - vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos  (Sedsodh),inauguraram na segunda-feira, dia 13, na sede da Seccional, o polo ‘Empoderadas OAB Mulher’ com aulas práticas de autodefesa para mulheres e dicas de como agir em casos de assédio e agressão física. É possível assistir ao evento na íntegra pelo canal da Ordem no YouTube. 

As oficinas gratuitas serão abertas a todas as mulheres, advogadas ou não, e também a crianças e adolescentes. As aulas serão oferecidas em breve, toda sexta-feira, às 18h. Para participar e saber mais informações, as interessadas devem enviar e-mail para [email protected]

Vice-presidente da Seccional, Ana Tereza Basilio oi a responsável pelo anúncio do projeto, que também será levado a todas as subseções do estado. Para ela, quanto mais mulheres, sejam advogadas ou da sociedade civil, aprenderem a se defender, "mais nossas vidas serão respeitadas e teremos segurança para ir a qualquer lugar”.


“A OABRJ, com total apoio do presidente Luciano Bandeira, abraçou este projeto que já alcançou mais de 200 mil mulheres e traz algo muito importante, a possibilidade das mulheres se defenderem fisicamente de agressões, não apenas as oriundas de violência doméstica”, comentou Basilio. 



“Sabemos que nós mulheres temos uma estrutura física menos vantajosa, mas isso pode ser superado por técnicas que são ensinadas nas aulas de defesa pessoal. As mulheres precisam se defender na rua, no transporte público e, infelizmente, até mesmo em casa. Nosso objetivo é percorrer todo o estado até março do ano que vem”, anunciou.

Completaram a mesa a presidente da OAB Mulher, Flávia Ribeiro; a diretora de Igualdade Racial da OABRJ, Ivone Ferreira Caetano; a corregedora do TED e presidente da Advocacia Preta Carioca (APC), Angela Borges Kimbangu; a idealizadora e coordenadora do programa Empoderadas do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Érica Paes; e o superintendente-geral de Projetos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Carlos Eduardo Guerra.

“É um projeto que converso com a Érica, responsável pelo programa, há muito tempo. É algo bem relevante”, destacou Ribeiro.


“Lançar esse polo é notável para todas as mulheres, porque além de ensinar defesa pessoal, esta iniciativa fala sobre violência, empoderamento da mulher e outros temas que fazem com que a mulher sinta-se de fato livre na sociedade. Encaro como uma forma de emancipação feminina”.



De acordo com a coordenadora do projeto,  Érica Paes,  o programa atua na prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres, dando à elas ferramentas de como combater e sair de tais situações de risco. Ela ressaltou, também, que outras orientações são passadas nas oficinas, por exemplo, direitos humanos e leis protetivas.

“Nós que estamos na ponta sabemos que, infelizmente, de todos esses números assustadores de crimes cometidos contra mulheres, 70% são contra mulheres pretas. Em uma forma quase desesperada de enfrentar essa dura realidade, tentamos desenvolver técnicas e criar recursos para fornecer ferramentas para as mulheres se defenderem em qualquer ambiente”, explicou Paes.

“Vivemos em um país em que a mulher tem mais de 150% de chance de ser vítima de ataque criminoso do que um homem. No Empoderadas ensinamos as mulheres a defender-se de um agressão moral, psicológica e de importunação sexual. Abordamos muito mais sobre dignidade, acolhimento e prevenção de como ela não se tornar uma vítima em potencial. Essa parceria com a OABRJ vai ser de grande benefício para todas as mulheres de todo o estado, pois não existe justiça sem advogadas e advogados, e a maior ferramenta de proteção são as leis e os direitos”.

Para a diretora Ivone Ferreira Caetano, todas as mulheres devem apoiar umas às outras, independente de raça. 

“Quando nos apoiarmos enquanto mulheres, tudo irá mudar. Nasci e cresci respeitando o meu segmento racial e a mulher não é para ser destratada e negligenciada pela sociedade e até mesmo por outras mulheres. Essa é a raiz esse problema, e é preciso descolonizar e nos unirmos para deixarmos de ser exceção”.

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