18/04/2022 - 17:17

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OABRJ discutiu proteção aos gambás

Evento foi promovido pela Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da Seccional

Felipe Benjamin

Conhecido popularmente como cassaco, timbu, saruê e sariguê, o gambá foi tema de um evento realizado na quarta-feira, dia 13, no Plenário Evandro Lins e Silva, na sede da OABRJ, que discutiu medidas de proteção e defesa destes animais, constantemente atacados pela população em todo o país. O encontro foi comandado pelo presidente da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais (CPDA) da OABRJ, Reynaldo Velloso, e contou com as presenças do diretor do Instituto Brasileiro de Conservação da Natureza (Ibracon) José Truda; do diretor de Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável da OABRJ, Leandro Mello Frota; da resgatista Iluska Magalhães, e do superintendente regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Daniel Charliton Rodrigues, e de seu substituto, Adilson Pinto Gil.

"Estes são animais com três características", afirmou Truda, no início do evento. "Eles são protegidos por lei, como toda a nossa fauna, são animais inofensivos, e são extremamente úteis às pessoas. Infelizmente, porém, não são reconhecidos dessa forma. Os gambás são sinantrópicos, eles vivem entre as pessoas. A maioria dos gambás está nas cidades, vivendo em contato com as pessoas, no espaço urbano. As pessoas costumam acreditar que eles são parentes dos ratos, mas eles são marsupiais, como os cangurus e os coalas. Eles são grandes consumidores de animais nocivos como escorpiões, cobras venenosas e carrapatos. São grandes auxiliares da Saúde Pública".

Especialista em resgate de gambás, Iluska Magalhães falou sobre os desafios no apoio à conservação dos animais, que vão desde os riscos enfrentados pelos marsupiais nas cidades até equívocos na percepção sobre seu trabalho.

"Fiz um grupo de resgatistas no Facebook que hoje já tem 50 mil membros", contou a resgatista. "Como marsupiais, os gambás se desenvolvem fora do útero, então são muito mais frágeis que os mamíferos placentários. Sempre que recebemos notícia de um resgate, orientamos para que o animal seja entregue à guarda ambiental, mas muitas pessoas ainda acreditam que o resgate de um animal como esse é um crime. Eu agradeço todos os esforços para que possamos sair dessa ilegalidade".

Leandro Mello Frota se manifestou, instando ativistas a procurarem a Ordem caso encontrem dificuldades ao defenderem suas causas.

"Ser ativista é andar no limite do legal e do ilegal", afirmou o diretor. "Gostaria de deixar apenas um recado aos que nos ouvem: se for necessário fazer uma opção, não tenham medo. Estamos do lado certo da História e vamos continuar cada vez mais deste lado. A OAB tem obrigação legal de defender os ativistas, estamos ao lado da sociedade e ao lado daqueles que não têm lado. Você que defende alguma causa ambiental, em qualquer que seja o estado, bata na porta da OAB do seu estado, que eu tenho certeza de que você será muito bem recebido. E se a Ordem não agir, é obrigação de vocês nos cobrar. Estamos aqui hoje por carinho e amor, mas também porque temos essa obrigação".

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