11/08/2008 - 16:06

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OAB/RJ assume caso do administrador morto por PM

OAB/RJ assume caso do administrador morto por PM

 

 

Da Assessoria de Imprensa da OAB/RJ

11/08/2008 - Parentes do administrador Luiz Carlos Soares da Costa, morto por um tiro de fuzil de um policial militar no dia 14 julho, em São Cristóvão, pediram nesta segunda, dia 11, ajuda da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro para o esclarecimento do caso e punição dos responsáveis. A presidente da comissão, Margarida Pressburger, já designou o criminalista Ivan Vieira Júnior para acompanhar o inquérito. Uma das primeiras medidas será oficiar à Secretaria de Segurança Pública para pedir informações sobre a perícia.

 

As duas irmãs e o cunhado de Luiz Carlos disseram que não houve exame pericial nas mãos do homem que mantinha o administrador como refém no carro para saber se havia resíduos de pólvora - a alegação dos policiais para atirar foi de que agiram em legítima defesa. Também não foram recolhidas todas as armas - apenas um fuzil - e a bolsa que o administrador trazia foi devolvida imediatamente à família perfurada por balas. Os pneus do carro, alvejados na ação policial, foram trocados e o veículo liberado.

 

Para uma das irmãs de Luiz Carlos, "tudo é muito estranho; parece que não há interesse em apurar a morte dele". Ela disse, no entanto, que não vai desistir. "Eu ainda acredito na Justiça e não estou contra a polícia, mas aqueles policiais eram despreparados e eu quero que sejam responsabilizados pelo que fizeram. Não aceito desculpas nem quero retratação de nenhuma autoridade. Quero a punição de quem matou meu irmão", afirmou.

 

Na semana passada, o Ministério Público devolveu o inquérito à 17ª Delegacia Policial para mais investigações. Luiz Carlos, funcionário do Infoglobo e pastor da Assembléia de Deus, foi rendido por um ladrão que entrara em seu carro num sinal, em Bonsucesso. Houve perseguição policial e, na Avenida Brasil, segundo a polícia, o bandido atirou, provocando o revide que atingiu o refém e o matou. As cenas dos policiais retirando-o ainda vivo do carro, arrastando-o, foram exibidas na televisão e chocaram a população. Testemunhas disseram à família que os policiais disseram não ter pressa em chamar a ambulância, e tampouco verificaram o crachá funcional do administrador que estava bem à vista, pendurado no retrovisor.

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