06/09/2017 - 15:49 | última atualização em 06/09/2017 - 16:34

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OAB/RJ apoia o Setembro amarelo e alerta para a prevenção do suicídio

redação da Tribuna do Advogado

Apoiando mais uma vez a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio chamada Setembro amarelo, a OAB/RJ está desde a noite desta terça-feira, dia 5, com a fachada de seu prédio iluminada com esta cor.
Foto: Cássia Bittar  |   Clique para ampliar

A campanha é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e é realizada no Brasil desde 2014. Mundialmente, a Associação Internacional para Prevenção do Suicídio (IAPS), vincula ao dia 10 de setembro o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

De acordo com o CVV, o Setembro amarelo visa a alertar sobre o tema através da realização de eventos informativos, reforçados pela iluminação de monumentos e pela divulgação de informações nas redes sociais e sites. Pelos números oficiais da campanha, 32 brasileiros morrem por dia por suicídio, taxa superior às vítimas da Aids e da maioria dos tipos de câncer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que nove em cada dez casos poderiam ser prevenidos.

Um dos principais grupos da Seccional a tratar do tema, a Comissão de Políticas sobre Drogas apoia a campanha e chegou a participar ativamente da agenda do CVV no último ano, trazendo para a OAB/RJ um debate com profissionais para alertar para a ligação dessas mortes com a depressão e as drogas.

Presidente da comissão, Wanderley Rebello explica que é necessário reforçar que o suicídio é questão de saúde pública, apesar de tão pouco abordado. Ele observa que é necessário dar atenção para o alto número de jovens que cometem suicídio -  de acordo com números divulgados pela OMS, o suicídio cresce entre os jovens em todo o mundo todo, sendo a segunda maior causa de mortes em pessoas entre 15 e 29 anos, atrás apenas dos acidentes de trânsito.

“Nós temos um trabalho de educação a realizar. Segundo dados do CVV [Centro de Valorização da Vida], 17% dos brasileiros já pensaram em suicídio e quase 5% deles já chegaram a planejar. Mesmo assim, é um tema tabu. Precisamos falar sobre isso, inclusive nas escolas. Os professores devem ser preparados para lidar com essa questão”, observa Rebello.

Ele cita sinais que podem indicar uma intenção de suicídio: “Frases como ‘quero dormir para sempre’, ‘não aguento mais esta vida’, ‘desejaria não ter nascido’ ligam o sinal de alerta. É preciso informação para que se identifique esse comportamento nos amigos ou familiares, para amparar e encaminhá-los para profissionais de saúde”.

Em vídeo explicativo para o Setembro amarelo, o psiquiatra e doutor em Saúde Mental pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Neury Botega explica que o trabalho realizado pelas entidades visa a quebrar o estigma e o conceito existentes no senso comum de que um potencial suicida por vezes só quer “chamar a atenção”.

“Nós sabemos que muitas situações de crise, de colapso existencial são passageiras, e se a pessoa conseguir apoio, se dermos um tempo para que as coisas se resolvam , se esclareçam na cabeça da pessoa , ela não se mata”, observa o psiquiatra.
 
Outras questões, que por vezes dialogam com outros tabus e preconceitos da sociedade, também são analisadas por entidades especializadas no tema no mundo todo como sendo cruciais para o alto número de suicídios. Além do vício em drogas e a depressão, há fatores como bullying e hostilidade a minorias.

O CVV frisa durante toda a campanha que os problemas pessoais que levam as pessoas a porem fim à própria vida podem ser muito complexos, por isso é importante que amigos, familiares e colegas procurem o diálogo e saibam identificar os sinais dessa intenção, mas sempre orientando a pessoa a entrar em contato com o próprio Centro de Valorização da Vida, que tem uma central de apoio, ou a algum profissional habilitado para lidar com a situação.

A central de apoio emocional e prevenção do suicídio do CVV atende voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email, chat e Skype, a qualquer hora do dia. O contato podem ser feitos através do site do CVV ou pelo Disque 141.
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