11/03/2010 - 16:06

COMPARTILHE

OAB vai se reunir em abril para debater recusa da lista do Quinto do STJ

OAB vai se reunir em abril para debater recusa da lista do Quinto do STJ


Da Tribuna do Advogado (com informações do jornal O Estado de S. Paulo)

11/03/2010 - A Ordem não vai abrir mão de suas indicações. A declaração foi dada pelo presidente do Conselho Federal, Ophir Cavalcante, após o Supremos Tribunal Federal (STF) ter rejeitado recurso da OAB contra a decisão do STJ de não votar a Lista Sêxtupla com os nomes de pretendentes a um posto na corte. A decisão sobre o que fazer após a decisão do Supremo só será definida na próxima reunião do Conselho Federal da entidade, em abril. "Nossa intenção é acabar com esse mal-estar entre o STJ e a OAB", disse o presidente da OAB, Ophir Cavalcante.

A crise entre STJ e os advogados foi aberta em fevereiro de 2008. Pela primeira vez desde que o tribunal começou a funcionar, em abril de 1989, uma relação de indicados foi recusada. Na sessão destinada à votação dos nomes, nenhum dos advogados que disputava a indicação obteve o mínimo necessário de votos.

Pelo regimento do Superior Tribunal de Justiça, os ministros deveriam promover novas votações até reduzir de seis para três os pretendentes à vaga. Depois, um dos três seria escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas os ministros encerraram a sessão: não escolheram os nomes, nem rejeitaram por completo alista.O fato foi então comunicado à OAB.

O STJ nunca revelou, oficialmente, as razões que levaram os ministros a não votarem a lista. Reservadamente, integrantes da corte alegavam que alguns candidatos não tinham conhecimento ou experiência suficiente para integrar o tribunal. Afirmavam ainda que alguns eram muito jovens para ocupar o cargo - três candidatos tinham, à época, entre 36 anos e 38 anos. A idade mínima para integrar o STJ é 35 anos.

O presidente do STJ, Cesar Asfor Rocha, propôs ao ex-presidente da Ordem, Cezar Britto, uma saída negociada. Mas o OAB não abriu mão dos nomes e apelou para o Supremo.

Meses depois,uma nova vaga foi aberta - do ministro Humberto Gomes de Barros - e também deverá ser preenchida por um nome da advocacia. Como a primeira indicação ainda dependia da solução dessa crise, a OAB não fez novas indicações.

O STJ é composto por 33 ministros, sendo um terço das cadeiras ocupadas por juízes dos Tribunais Regionais Federais, um terço por desembargadores dos Tribunais de Justiça e um terço, em partes iguais, por advogados e membros do Ministério Público.

O efeito do conflito foi o desfalque do STJ. As duas vagas destinadas a advogados ainda permanecem em aberto. Em abril, com a aposentadoria compulsória do ministro Fernando Gonçalves, haverá uma terceira destinada à advocacia . O STJ tem convocado desembargadores para substituirem os ministros.

Somam-se es vagas duas cadeiras vazias no tribunal. No in feio do ano, a ministra Denise Arruda antecipou sua aposentadoria. Ainda não foi escolhido um substituto. Em julho de 2009,o ministro Paulo Gallotti também deixou a corte. O nome de seu sucessor deverá ser escolhido pelo presidente Lula.

Além dessas vagas, o STJ ainda esta desfalcado pela ausencia do ministro Paulo Medina, afastado do cargo desde que passou a ser investigado por suposto envolvimento em esquema de venda de sentenças. Nessa condição, Medina não pode ser substituído.

Abrir WhatsApp