12/03/2015 - 11:27 | última atualização em 16/03/2015 - 16:30

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OAB vai propor o fim do sigilo em seus processos éticos

revista eletrônica Conjur e redação da Tribuna do Advogado

O Colégio de Presidentes da Ordem dos Advogados do Brasil aprovou o fim do sigilo nos julgamentos de processos éticos-disciplinares da advocacia. Com isso, a OAB, que defendia o sigilo, passa a se posicionar contra, defendendo a abertura.
 
A medida será levada a deliberação do Conselho Pleno da OAB. A ideia é apresentar um projeto de lei ao Congresso Nacional modificando essa parte do Estatuto da OAB. Isso porque o sigilo está previsto no artigo 72 da Lei 8.906/1994 (Estatuto da OAB), sendo sua alteração somente possível pelo Legislativo.
 
"O Colégio de Presidentes considera necessário modernizar o processo ético-disciplinar no âmbito da OAB, ampliando sua celeridade, efetividade e transparência, inclusive com o fim do sigilo", diz trecho da Carta de Florianópolis, documento com as decisões tomadas durante o encontro.
 
A medida foi apresentada pela seccional da OAB no Distrito Federal que comemorou a aprovação. "Nosso trabalho é essencial e dessa forma integramos a administração da Justiça, conforme preceito constitucional; nada mais coerente que avancemos nesse sentido, modernizando e conferindo mais transparência aos feitos dos tribunais de ética e disciplina da entidade", disse Ibaneis Rocha, presidente da Seccional do Distrito Federal.
 
Para Ibaneis o texto atual do estatuto está em confronto com normas constitucionais da transparência, da legalidade e da publicidade dos atos. Segundo a proposta aprovada, ainda haverá o sigilo na fase preliminar, quando é verificada a admissibilidade do processo. Mas, assim que admitido o processo o sigilo será derrubado.
 
O presidente da OAB Nacional, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, também elogiou a medida. "A OAB necessita guardar coerência entre a pregação pública de publicidade dos inquéritos de autoridades com os processos disciplinares internos", diz Marcus Vinicius.
 
De acordo com os dirigentes da Ordem, a medida vai valorizar os bons profissionais, já que alguns profissionais se aproveitam do sigilo para cometer pequenas infrações, que nunca chegam ao conhecimento dos demais clientes. 
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