28/04/2010 - 16:06

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OAB vai estudar vigilância eletrônica de presos

OAB vai estudar vigilância eletrônica de presos           

 

 

Do Jornal do Commercio

 

28/04/2010 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, anunciou ontem que criará uma comissão especial para estudar a legalidade da adoção da vigilância eletrônica de presos menos perigosos. Para Ophir, a proposta do Ministério da Justiça envolvendo o monitoramento eletrônico do preso - seja por meio de pulseira ou de uma tornozeleira eletrônica - precisa ser aprofundada por envolver a dignidade do ser humano.

 

"Se não tivermos o devido cuidado em relação a essa questão, a tornozeleira pode vir a funcionar de forma inversa, marginalizando ainda mais o apenado ou provocando rejeição social", afirmou. Na opinião do presidente da OAB, o principal questionamento é se o Estado brasileiro está preparado para exercer esse acompanhamento, impedindo que o preso volte a delinqüir em decorrência da falta de políticas de reinserção social.

 

"De que adiantará o apenado ficar em casa se sua família não tiver meios financeiros que garantam sua sobrevivência?", questiona Ophir.

 

"O Estado apenas transferirá a responsabilidade que é sua para a sociedade, o que frustrará ainda mais a todos", avalia.

 

Segundo a proposta do Ministério da Justiça, teriam direito ao benefício presos que ainda aguardam julgamento por crimes que não colocaram em risco a vida e integridade física de ninguém.

 

Em vez de mantidos encarcerados, os presos ficariam submetidos ao monitoramento eletrônico por parte do Estado.

 

De acordo com o presidente da Ordem, a participação do Judiciário também se mostra fundamental, para que este julgue os processos num tempo razoável.

 

"Se tivéssemos tido essa preocupação até o momento em que o CNJ instituiu os mutirões carcerários, o sistema penitenciário não teria chegado ao limite de exaustão a que chegou".

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