13/03/2023 - 15:23 | última atualização em 13/03/2023 - 16:04

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OAB sediou lançamento de obra da Associação Brasileira de Advogados

"Perspectivas de futuro da advocacia familiarista e sucessória" reúne artigos escritos por quatro autoras

Felipe Benjamin


O Plenário Evandro Lins e Silva, na sede da Seccional, foi sede, na sexta-feira, dia 10, do lançamento do livro "Perspectivas de futuro da advocacia familiarista e sucessória", que reúne artigos de Ingrid Jesus Peleteiro Fentanes, Nattasha Feighelstein, Patrícia Ferreira Rocha e Vivian Chaves Botinha, sobre temas como namoro de papel passado, obrigações jurídicas das novas formatações familiares, uniões estáveis paralelas, adoção e filiação socioafetiva, multiparentalidade, entre outros.

"Espero que todos se sintam muito acolhidos no lançamento deste livro de enorme importância", afirmou a secretária-adjunta da OABRJ, Mônica Alexandre, em seu discurso de abertura.


"Este é um livro realizado somente por mulheres e isso é fundamental em um momento em que discutimos as questões de gênero e também do protocolo de gênero. Nossa visibilidade deve continuar a ser construída e essa construção se dá chamando todas as advogadas, que hoje são maioria no sistema OAB, para que participem juntas, nos empoderando e reforçando o lugar de fala que sempre foi nosso".



Vice-presidente da Comissão de Estudos sobre Alienação Parental da OABRJ e presidente da Comissão Nacional dos Direitos das Famílias e Sucessões da Associação Brasileira de Advogados (ABA), Nattasha Feighelstein destacou a presença de integrantes da comissão de vários estados espalhados pelo país.

"Esta é uma comissão nacional e a presença de tantas de vocês aqui hoje deixa meu coração explodindo de felicidade, porque eu não apenas caminho ao seu lado como aprendo muito com vocês", afirmou Feighelstein.

"Quando fui chamada para presidir a comissão, pedi que só tivéssemos integrantes mulheres no primeiro ano, e por isso temos esta obra feita por mulheres. Porque precisamos ocupar nosso lugar. Precisamos parar de ler nas petições que as jurisprudências e doutrinas foram feitas só por homens. Precisamos ler mulheres e principalmente, citar mulheres".

Completaram a mesa de abertura a diretora estadual da ABA/RJ, Cristina Cruz; a diretora municipal da associação, Elaine Molinaro, e a presidente da Comissão de Estudos sobre Alienação Parental da OABRJ, Danielle Vasconcelos. O presidente nacional da ABA, Esdras Dantas de Souza, participou por meio de uma mensagem de vídeo, parabenizando a comissão pelo lançamento do livro.

Posteriormente, compuseram a mesa a ex-presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Rita Cortez; o presidente da Academia Brasileira de Direito, André Meira;e  a psicóloga jurídica do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) Glícia Brazil, que falou sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho.

"Somos todas mulheres trabalhadores que saem de casa cedo e chegam tarde", afirmou Glícia.

"Tenho uma filha de 20 anos e me lembro de quando estudava para concursos e um professor me disse que se eu quisesse passar, teria que fechar a porta para estudar. E eu passei a fazer isso, embora me gerasse muita angústia ter minha filha de quatro anos batendo na porta e ter que fingir que não estava ouvindo. Fiquei tomada pela culpa, mas passado tudo isso, trabalho com uma parede repleta de desenhos dos meus filhos que foram meus maiores incentivadores para que eu chegasse até aqui, e que hoje me dão broncas quando eu digo que penso em parar de trabalhar. Nessa comissão eu percebo que a parceria é valorizada. Não estamos aqui para dizer que não precisamos dos homens. Precisamos e queremos. Este é um trabalho que está em permanente construção, mas é muito importante que ele seja conduzido da forma como vem sendo conduzido. Esse sistema do qual todos reclamamos todos os dias, somos nós. E com todas as falhas que ele possa ter, temos que acreditar nele".

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